Desfiles dão voz ao corpo político e à mente imaginativa no 4º dia do SPFW
Ter a mente aberta é um dos principais passos para se libertar com o próprio corpo. Esse foi um dos temas recorrentes no quarto dia do São Paulo Fashion Week, que comemora seus 25 anos na edição de 2020.
Quem abriu as exibições de hoje foi a estreante Martins, que nasceu do desejo do estilista Tom Martins, há quatro anos, de criar roupas que servissem para todos os corpos — e não só os magros padrões.
"Assim como para a coleção, o nosso foco da apresentação audiovisual foi o uso das roupas de várias formas", disse ele durante a conversa com Paulo Borges.
A discussão ganhou ainda mais força com o vídeo posterior, da Cacete. A marca trouxe suas roupas íntimas com uma música que cantava: "partes do corpo falam mais do que palavras".
"A gente sempre pensou nessa vibe de ocupar espaços, ser o que quer ser", disse o estilista Raphael Ribeiro. "É por meio da underwear que a gente se mostra".
Nosso corpo é político, acho que é por isso que falamos sobre liberdade: sexual ou qualquer outra".
Raphael Ribeiro
Seguindo o mesmo propósito, o corpo masculino foi uma das ferramentas para a criação das peças da Freiheit, do estilista Marcio Mota, que em alemão significa "liberdade".
O artista pensa nele na hora de criar, mas a estrutura principal, que usa como ponto de partida para as peças, abraça todos os gêneros, resultando em uma alfaiataria a partir da modelagem "quadrada", cheia de recortes e encaixes.
Quando corpo e mente se encontram
A partir do momento que se assume a liberdade do corpo, é hora de usar o poder imaginativo da mente, teoria suportada pela marca Ão ao criar o "Serão": uma brincadeira com linguagem para criar um novo ser, ou melhor, personagem imerso em um delírio criativo que dá origem à coleção.
"Um ser que contempla o todo, de maneira mais ampla", explicou a estilista Marina Dalgalarrondo. "Trazendo a ambiguidade do que é maquinal, mecânico, paralelo ao que é instintivo, orgânico e fluido".
A imaginação que criou o universo da Ão foi desconfinada de vez com o encerramento de Lino Villaventura.
Após um momento de reflexão e recolhimento, o estilista encontrou uma forma de colocar o bloco na rua com a narração do cantor Ney Matogrosso.
O intuito era passar a mensagem de que precisamos, mais do que nunca, incentivar a nossa imaginação, Para isso, contrastou cores, texturas, e transparência.
"Não pensei em fazer nenhum desfile, porque estamos em um momento de confinamento, de introspecção", falou o estilista em papo virtual após a apresentação. "Por isso, não queria fazer um desfile, queria mostrar imagens fortes, imagens inspiracionais."
SPFW: 25 anos em Nossa
Confira a cobertura completa de Nossa no São Paulo Fashion Week 25 neste link e por meio do nosso Instagram (@nossa_uol):
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