Decoração wabi-sabi rejeita casa "perfeitinha" e defende simplicidade
Um piso desgastado, uma parede com as aparentes marcas do tempo, riscos e pequenos rasgos em móveis. O que para muita gente pode ser a descrição de uma casa antiga, precisando de reparos e reformas, para outras é o registro de memórias e histórias vividas, que devem ser apreciadas mesmo com a imperfeição.
Esse é um dos pilares da estética wabi-sabi, que surgiu no Japão no século 15, baseada em alguns preceitos e ideais do budismo, entre eles, a impermanência.
E, nesses tempos em que o isolamento social é regra por causa da pandemia do covid-19, temos sentido na pele a ideia de não permanência das coisas, dia após dia. E buscado um maior aconchego, conforto e simplicidade dentro de casa.
A quarentena e a permanência em nossos lares proporcionam uma relação mais íntima com o entorno.
Na arquitetura e decoração, o afeto e a memória também podem ser encontrados nos acabamentos, nos elementos de composição e em materiais que remetem à terra, como a pedra, a madeira e o barro, por exemplo", dizem as arquitetas Carla Garcia e Fabia Rosas, do Fabrica Projetos, em Maringá, PR. "Além disso, eles conduzem a energia da natureza para o ambiente", completam.
Os fãs da estética conseguem traduzi-la no décor, atualmente, valorizando objetos rústicos e monocromáticos, adotando um estilo de vida - e de morar - mais desacelerado, com mais atenção no aqui e agora, e redefinindo suas relações com o digital. Mais gente tem colocado em prática esse movimento, conhecido como slow living.
É possível explorar na ambientação da casa o uso de peças vintage, vindas, muitas vezes, da própria família, e objetos da sua infância, comprados em viagens ou que foram presentes.
Outra forma é integrar à decoração elementos artísticos e da natureza como artesanato local, pinturas à mão, velas e arranjos de flores e folhas secas. Elementos orgânicos são a chave para esse tipo de construção", afirmam as também arquitetas Ana Paula Baptista e Ariane Magna, da TG3 Arquitetura, de SP.
E para quem ama plantas, saiba que um simples bonsai também contempla o estilo. Se quiser algo mais incrementado, aposte no típico arranjo de flores japonês conhecido como ikebana e o jardim de pedras japonês, ou jardim zen, formado por um campo de areia, cascalho, grama e pedras.
E para arrematar todo esse colorido da natureza, que tal um vaso de madeira? "Em cada madeira eu vejo uma história", destaca a designer Lia Siqueira, da Etel Design, que criou vasos feitos com o material, representando os tempos de cada uma das quatro estações do ano.
Os veios, as texturas e os desenhos naturais são quase como uma estamparia, um simbolismo para a passagem do tempo."
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