Estilista usa aplicativo gay de pegação como vitrine para suas roupas
Com os desfiles fora de questão em meio a pandemia, Robert Tennent buscou uma solução criativa para exibir a coleção criada após se formar no curso de design de moda na Universidade de Tecnologia de Auckland, na Nova Zelândia: usar o Grindr, aplicativo comumente usado para pegação entre o público gay, como vitrine para as suas roupas.
A coleção é projetada para a comunidade queer da Nova Zelândia, subvertendo a cultura hiper-masculina do país por meio de variações de uma camiseta preta recortada com tecidos de alta elasticidade.
"Eu queria criar um uniforme para mim mesmo, como um homem queer", contou ela em entrevista a Nossa. "Busquei por algo sexy e confiante, então percebi que um grupo marginalizado daqui se identificaria com isso".
Suas peças tê um vasto espectro de inspirações. de roupas de fazendeiros a camisetas de luta livre e até roupas íntimas femininas, como os espartilhos.
"Eu estava navegando pelo Grindr em busca de uma ideia e encontrei um cara com uma camiseta da marca Helmut Lang", diz. "Então percebi que essa era uma maneira genial de fazer marketing para a comunidade queer".
A desconstrução da masculinidade, explica Rob, foi feita por meio da abordagem tomada por ele durante a criação das roupas, que contou com a ajuda dos seus amigos como modelos no Grindr.
"Eu queria mostrar os corpos masculinos em uma forma que abraçassem as roupas masculinas de uma forma diferente", completa, "Como se fosse uma reflexão sobre o assunto".
O percurso do estilista começou na Camboja, onde ele nasceu. No país da Ásia, ainda na infância, ele conta que pegava toalhas e lençóis da família para transformar em vestidos.
"Conforme fui crescendo, minha mãe me encorajou a criar roupas para minhas primas", relembra. "Alguns anos depois, percebi que era o que eu queria fazer para a minha vida na época".
O passado e o presente se conectam de uma forma para Robert: "é por meio da moda que vários movimentos têm início na sociedade".
Nós precisamos encorajar as pessoas a vestirem o que elas quiserem, independentemente de gênero ou estações".
Para os próximos passos na carreira, o cambojano pretende continuar a trilhar seu caminho na moda, mas não como designer.
"Não acho que desenhar é o meu caminho na indústria da moda, embora acredite que vou trabalhar nela para sempre", acrescenta. "Não me sinto bem em colocar roupas na terra neste momento, com tanto dinheiro à parte. Isso não é importante para mim. Existem tantos designers incríveis que estão arrasando, então vou deixá-los ocuparem esse espaço".
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