De leopardo de Cardi B a cata ovo do BTS, videoclipes viram motor de venda
A pandemia transformou muitas coisas, dentre elas a forma como consumimos moda e nos influenciamos sobre o que vestir. Enquanto muitos desfiles foram cancelados ou adaptados para as plataformas digitais, os videoclipes de músicas da indústria pop se transformaram em vitrines de moda.
Um exemplo é como "WAP", parceria entre as rappers Cardi B e Megan Thee Stallion, causou um aumento repentino na procura por peças com estampas de leopardo, cobra e tigre. Segundo o The Lyst, plataforma de pesquisa de mercado na moda, a busca por roupas desses segmentos apresentaram um aumento de 201% após o lançamento do videoclipe.
Com os chapéus no modelo bucket hat não foi diferente. Depois que o grupo de k-pop BTS mostrou ao mundo o vídeo para a música "Dynamite", no qual um dos integrantes aparece com o acessório da marca Kangol na cor rosa, o número de buscas aumentou 128%.
"Muitos fãs estão procurando produtos que realmente reflitam o estilo pessoal de seu artista favorito", diz a editora do The Lyst Morgane Le Caer, "Seja um selo independente, uma colaboração com uma marca conhecida ou um simples endosso de produto".
Harry Styles também desempenhou seu papel como uma referência na moda para os millennials e a geração Z. A busca por camisas floridas apresentou um aumento de 31% depois que o cantor britânico surgiu com a peça no videoclipe de "Watermelon Sugar".
Nomes de estilistas também se destacaram nessa onda, como Marine Serre, que levou ao mundo a estampa de meia-lua, usada por Beyoncé, Adele e Dua Lipa.
O sucesso perdura até hoje. Na época do lançamento de "Black is King", as peças aumentaram suas buscas em 51%. No último trimestre de 2020, a segunda pele da artista é o segundo item mais cobiçado pelo público feminino, de acordo com a The Lyst Index.
"Marine Serre faz sua primeira aparição no top 20 no terceiro trimestre desse ano no universo da moda", explica o relatório. "Foi a marca que mais cresceu neste trimestre, subindo dez posições".
O que explica esse fenômeno?
O maior tempo que estamos ficando em casa na quarentena e o forte apelo que essas produções têm no dia a dia, além do forte engajamento, são os principais motores para que essa "nova" proposta tenha ganhado tanta força;
A professora de moda Paola Ferdon conta para Nossa que a expectativa das pessoas em buscar por novidades provavelmente é uma das explicações.
"Por mais que se fale bastante sobre roupas que trazem o conforto, muita gente ainda está procurando por o que está em alta entre as celebridades e artistas", opina.
Assim como os fashion films apresentados no São Paulo Fashion Week há pouco, um dos diferenciais são as histórias narradas por trás das roupas.
"É o que muitos grandes nomes da moda falam: hoje em dia, a roupa por si só já não tem mais o mesmo apelo", completa. "É preciso pensar nela como um conjunto do tempo em que vivemos e como ela representa o estilo de quem a veste".
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