6.000 garrafas apreendidas: como identificar azeites falsos e se proteger

O Ministério da Agricultura apreendeu mais de 6.000 garrafas de azeite falsificado em uma ação realizada entre 20 e 24 de novembro, em fábricas e comércios de São Paulo.

Apesar de ser um problema recorrente no Brasil, a falsificação de azeite não é algo restrito ao mercado nacional. De acordo com dados do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, do Ministério da Agricultura, o óleo de oliva aparece como o segundo produto alimentar mais fraudado do mundo, atrás apenas de pescados.

Essas adulterações criminosas podem ocorrer com o uso de vários expedientes, que envolvem desde a mistura de outros tipos de óleo ao azeite de oliva até o emprego de azeite não condizente com a classificação do rótulo. No último caso, é comum encontrar azeite de oliva lampante, um tipo considerado impróprio para o consumo humano no Brasil, sendo vendido como extravirgem, a classificação mais nobre deste produto.

E como o consumidor comum, sem acesso a equipamentos e utensílios laboratoriais, pode escapar desse fantasma do azeite falsificado? Abaixo vão algumas dicas que ajudam a proteger seu bolso e a sua saúde:

Antes de comprar

  • Pesquise e tenha em mãos a lista de marcas suspensas ou retiradas do mercado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Outra boa fonte de informações sobre o tema é a Proteste, uma associação de defesa do consumidor que realiza testes físico-químicos e sensoriais com marcas vendidas no Brasil.

Ao observar o produto

  • No rótulo, confira a indicação sobre o tipo de azeite (extravirgem, virgem, único). No caso do extravirgem, a classificação de melhor qualidade, confira se os principais parâmetros físico-químicos que definem essa categoria estão presentes, como a taxa de acidez (inferior a 0,8%) e o índice de peróxidos, que aponta o estado de oxidação inicial do azeite -- em um extravirgem, ele deve ser menor ou igual a 20 miliequivalentes de oxigênio ativo por quilograma de gordura (expresso na forma "mEq O2/kg").
  • Busque informações sobre o local de produção e de envase do azeite. Nos produtos em que essas etapas ocorrem em lugares diferentes, há condições mais propícias para fraudes.
  • O Ministério da Agricultura recomenda ainda que se dê preferência a azeites com data de envase mais recente; e que o o vidro da embalagem deve ser sempre escuro.

Preço

  • Azeite de oliva extravirgem não é um alimento com baixo custo de produção. Por isso, não embarque em ofertas tentadoras, com preços sensivelmente inferiores aos de outros azeites do mesmo tipo. Esse costuma ser um sinal de possível fraude.
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Ao abrir o produto

  • Nariz e boca são os seus melhores aliados para reconhecer um bom azeite (não esqueça de treiná-los, também, com os óleos que você compra). Um azeite de oliva de qualidade tem aromas que nos remetem ao campo ou ao pomar, com toques de folhas, ervas, frutos e especiarias.
  • Na boca, esses atributos também aparecem, e somam-se a outras duas características desejáveis (em menor ou maior grau): amargor e picância. Os óleos vegetais refinados, que podem ser usados em falsificações, trazem aroma e sabor bem mais neutros. No caso de uso de azeite de baixa qualidade em um produto vendido como extravirgem, a prova sensorial vai indicar graves defeitos de aroma, sinais que te afastam dos ingredientes naturais já citados e te transportam para cheiros como os de salmoura, vinagre, acetona e fritura velha.

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