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Harry Styles é eleito o nome na moda de 2020 ao quebrar barreiras de gênero

Harry Style em ensaio fotográfico para a revista "Vogue" norte-americana, em que o foi o primeiro homem a estampar a capa da publicação na história - Tyler Mitchell/Vogue
Harry Style em ensaio fotográfico para a revista "Vogue" norte-americana, em que o foi o primeiro homem a estampar a capa da publicação na história
Imagem: Tyler Mitchell/Vogue

Gustavo Frank

De Nossa

19/11/2020 15h59

Foi impossível não ouvir falar de Harry Styles neste ano. Desde a divulgação do álbum "Fine Line" até as aparições no universo da moda, o cantor fez seu nome, literalmente. A Lyst Index, maior plataforma de pesquisa no mercado da moda, o elegeu como a celebridade mais influente na moda em 2020 — na frente de nomes como Beyoncé, que ocupa o 2ª lugar, e Kate Middleton, o 9º.

Inspirado pelo estilo de Mick Jagger, o britânico fez história ao se tornar o primeiro homem a figurar o topo da lista e foi creditado por usar e abusar da estética vintage, além de criar um acessório sua marca registrada: o colar de pérolas, que, depois dele, passou a ser usado por homens no mundo todo.

Seus videoclipes, explica a plataforma, funcionaram ainda como propulsores para o mercado de consumo na moda: roupas floridas nunca foram tão pesquisadas, como após "Watermelon Sugar", e o blazer azul-turquesa e o bucket hat amarelo apresentaram aumento de 52% e 92% de buscas, respectivamente, com o lançamento de "Golden".

Nas redes sociais, com o advento do TikTok, não foi diferente. Depois de usar um cardigan de JW Anderson, o desafio #HarryStylesCardigan na rede social viralizou, com mais de 40 milhões de visualizações e provocou um aumento de 166% nas buscas pelo produto.

Como todo esse processo para que seu nome chegasse à medalha de ouro é explicado por Nossa a seguir:

O estouro

Harry Styles nos bastidores do videoclipe para "Watermelon Sugar" - Reprodução/Instagram/@harrylambert - Reprodução/Instagram/@harrylambert
Harry Styles nos bastidores do videoclipe para "Watermelon Sugar"
Imagem: Reprodução/Instagram/@harrylambert

Tudo começou exatamente no dia 13 de dezembro de 2019, quando Harry Styles lançava seu segundo disco de estúdio: "Fine Line". Na capa do disco já causou deslumbre ao aparecer com uma camisa rosa e calças largas brancas, sendo essa última uma de suas peças favoritas no guarda-roupa.

A chegada para os vídeos de "Light's Up", "Adore You" e "Falling" foram testemunhadas ansiosamente por seus fãs, mas foi com "Watermelon Sugar" que caiu de vez na graça do público geral. Camisas estampadas, óculos escuros com formato de coração e regatas de crochê foram algumas das peças que o vestiam e faziam dele ainda mais notável.

Em "Golden", mais recentemente, Harry Lambert, parceiro de longa data de Harry, fez o styling. Para a obra, resgataram-se looks com terno azul, mistura da estampas entre camisas e calças e os acessórios, com uma luva feminina da Gucci entre eles.

Gênero fluido

Harry Styles em ensaio para o "The Guardian" - Samuel Bradley/The Guardian - Samuel Bradley/The Guardian
Harry Styles em ensaio para o "The Guardian"
Imagem: Samuel Bradley/The Guardian

O fim das roupas com gênero é uma das premissas mais reforçadas por marcas e estilistas, outro ponto em que Styles se destaca.

O uso de vestidos para ensaios fotográficos acabou se tornando um hábito para o artista, desde para o "The Guardian" até a "Vogue" norte-americana, sendo essa onde fez história em 2020.

Harry foi o primeiro homem a estampar uma capa da publicação, considerada da Bíblia da moda, e no ensaio apareceu usando saias e um vestido com babados.

Harry Styles para o "The Guardian" - Samuel Bradley/The Guardian - Samuel Bradley/The Guardian
Harry Styles para o "The Guardian"
Imagem: Samuel Bradley/The Guardian
Harry Styles para a "Vogue" norte-americana - Tyler Mitchell/Vogue - Tyler Mitchell/Vogue
Harry Styles para a "Vogue" norte-americana
Imagem: Tyler Mitchell/Vogue

Outro elemento presente no visual dele são as nailart, que recentemente foram adotadas pelos homens e ganhou até o apelido de "menicure".

Além das cores, os desenhos levam a decoração das unhas para outro patamar, com destaque para as cores pastéis e o desenho de "rostos" nelas.

Harry Styles com a nail art em ensaio para o "The Guardian" - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Harry Styles com a nail art em ensaio para o "The Guardian"
Imagem: Reprodução/Instagram

Força propulsora da Gucci

A parceria entre a grife italiana e Harry Styles já vem há longo tempo — no Met Gala 2019, inclusive, o cantor chegou acompanhado do diretor criativo da marca, Alessandro Michele.

Harry Styles e Alessandro Michele no Met Gala 2019 - Getty Images - Getty Images
Harry Styles e Alessandro Michele no Met Gala 2019
Imagem: Getty Images

A colaboração, além de destacada em ensaios para as coleções da grife, age também como arma de combate a um dos maiores desafios das grandes marcas atualmente: convencer o público da Geração Z de que eles ainda são relevantes. E parece estar funcionando.

Nas mais recentes aparições do nome do cantor no Trend Topics do Twitter, todas elas estavam aliadas ao nome da Gucci, levando os mais jovens a se conectarem com ela.

Ontem, Harry apareceu no terceiro episódio do Gucci Fest, projeto de filmes realizado como a primeira experimentação da etiqueta desde que Alessandro Michele anunciou, em maio, que deixaria de seguir o calendário oficial da moda.

Harry Styles para a Gucci - Reprodução - Reprodução
Harry Styles para a Gucci
Imagem: Reprodução
Cantor apareceu no terceiro episódio da Gucci Fest - Reprodução - Reprodução
Cantor apareceu no terceiro episódio da Gucci Fest
Imagem: Reprodução

Vale lembrar que a estratégia vai ao encontro do sucesso encontrado pela Gucci nas redes sociais. A marca mais quente do terceiro trimestre de 2020, transmitiu ao vivo sua coleção Epílogo em julho, com visualizações em todo o mundo que ultrapassaram os 35 milhões — tornando-se o evento digital mais assistido da marca de todos os tempos.