Apê maior e perto do trabalho: tendências de moradia aceleradas na pandemia
Grande parte das mudanças provocadas pela pandemia refere-se à moradia. Não é para menos: por bons meses, passamos 24 horas trancados entre a cozinha, a sala e o quarto.
O tempo foi suficiente para observar os pontos altos e baixos do lar e ainda para revisar o que é, de fato, prioridade para cada um quando o assunto é escolher onde e como morar.
Ainda que a ideia perpasse por perspectivas pessoais, é possível elencar tendências que prometem acelerar pelo período de quarentena. O engenheiro civil Ricardo Laham, CEO da Vila 11, confirma:
Falar sobre imóveis é mais do que falar de tijolos. Tudo se relaciona com comportamentos e necessidades humanas. Claramente, as pessoas ficaram mais sensíveis à casa"
Com ajuda do profissional, listamos cinco aspectos que ganharam destaque no período.
Alugar > comprar
A pandemia provou que é difícil prever o futuro. Viver o hoje e fazer projeções a curto prazo é mais factível do que saber o acontecerá daqui a trinta anos. Por isso, financiar casas ou apartamentos por longos períodos não está mais tão em alta quanto a flexibilidade permitida por contratos de alugueis.
"Ficou mais difícil de sacrificar o 'hoje' por um 'amanhã' cheio de incertezas. As pessoas preferem buscar um local adequado de acordo com o momento de vida dela ao invés de adquirir uma dívida de décadas e residir no mesmo lugar a vida toda".
Localização
O sonho de viver no campo ou na praia foi realizado para alguns com maior poder aquisitivo por conta do home office. A expectativa para maioria da população, porém, é de que em breve as empresas retomem o trabalho presencial, ainda que não no mesmo esquema de antes.
Se antes morar perto do transporte público já era o suficiente, agora, segundo Ricardo, é preciso pensar que também há uma certa rejeição por esse tipo de locomoção por conta das chances de contágio.
De acordo com um estudo do Ipespe, o número de pessoas interessadas em morar próximo ao local de trabalho ou estudo subiu de 38% para 57% se comparado ao início do ano. O objetivo é poder chegar no escritório sem precisar de carro, ônibus ou metrô.
Luz e espaço
Aspectos de bem-estar, como a iluminação, tornaram-se ainda mais relevantes. Nesse sentido, imóveis com ambientes externos, seja quintal ou varanda, e com incidência de luz natural tem sido mais requisitados na procura por moradia.
O tamanho do apartamento é outra questão importante. Ao contrário do que previa o mercado imobiliário, que nos últimos anos investiu na construção de lugares cada vez menores, espaços amplos e bem divididos facilitam a convivência entre moradores da mesma casa, seja para trabalhar ou cultivar um tempo para si.
Imóveis pequenos são mais fáceis de vender. Mas não é porque as pessoas compram que elas vão usar. Aí que está a inconsistência que gerou uma diminuição brutal das unidades: elas são voltadas para investidores".
Conveniência no prédio
Além da área de área de lazer, com piscina, academia e espaço para crianças, a tendência observado por Ricardo é de que as pessoas agora buscam também por uma estrutura de home office no prédio, como Wi-Fi e coworking equipado.
Com o crescimento do e-commerce e do delivery, também houve a valorização de edifícios com portaria ou ainda com um espaço específico para o armazenamento das encomendas.
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