Quimono de jiu-jitsu representa os sonhos da modelo: "É meu melhor look"
Sandy Helen Silva Alves
Comecei a lutar Jiu-Jitsu faz oito anos e há seis ganhei meu quimono mais especial. Ele tem um valor tanto físico quanto simbólico: físico, porque é super resistente, e simbólico, porque representa meus sonhos e minha evolução pessoal. Ele esteve comigo em diversos momentos da minha vida, tanto alegres quanto tristes, de vitórias e derrotas.
Comprei esse quimono em Teresina, é de uma marca bastante conhecida no mundo do Jiu-Jitsu, a Atama. Ele é branco, trançado, super grosso, profissional mesmo. Foi muito importante na minha trajetória, porque meu primeiro quimono ganhei de um projeto social chamado Lutando por Cidadania, do qual faço parte. Ele era bem ralinho, não aguentaria muitos meses de treino (embora no fim tenha aguentado). Até que ganhei outro um pouco melhor, de presente de uma tia. E, finalmente, minha mãe comprou esse para mim.
Para mim, é uma peça fundamental, considero o meu melhor look, e olha que eu sou modelo.
É que sempre que visto meu quimono, me sinto feliz e realizada, por tudo que ele representa. Hoje, ele tem várias logomarcas, do que me orgulho muito: para conquistar esses patrocínios, tive que passar por altos e baixos, abdicar de muita coisa para chegar lá.
Acho que uma das histórias mais marcantes foi da minha participação no meu primeiro campeonato mundial. Como todos os lutadores, tenho o sonho de ser campeã mundial, e em 2016 tive a oportunidade de lutar no campeonato. Infelizmente, fiquei em segundo lugar, mas meu quimono estava lá comigo, e ele foi como se fosse meu guarda-costas, me senti muito acolhida. Estava sempre acostumada a treinar e ganhar, mas lá pude entender o quanto ainda precisava evoluir técnica e mentalmente.
No ano seguinte, a poucos meses do campeonato, tive uma luxação no joelho. Fiquei muito abalada, e uma das partes mais dolorosas foi saber que ficaria um mês e meio sem poder vestir meu quimono. No fim, fiquei em segundo lugar novamente.
Voltei a participar de outros campeonatos naquele ano e, em dezembro, no finzinho de uma luta, lesionei o outro joelho. Aquilo foi cruel. Chorei muito, de dor, mas principalmente por saber que teria que passar pela mesma situação novamente.
Ficar sem poder vestir meu quimono e evoluir seria pior do que qualquer dor física.
Desde então, minha vida mudou bastante em termos de competição.
Entrei para a universidade, então meu tempo não é mais o mesmo, e por causa das lesões minha segurança também ficou prejudicada.
Mas nada me impede de continuar em busca dos meus sonhos, e o quimono é uma peça que vou levar para a vida, terei um eterno carinho e afeto por ele.
Talvez eu nem tenha coragem de passar para frente? Se tiver, vai ser doando-o para que outras pessoas possam realizar seus sonhos, assim como eu realizei os meus.
Como usar
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.