Gucci Fest: com Harry Styles e Billie Eilish, grife apresenta a "nova moda"
O festival Gucci Fest chegou ao fim depois de sete episódios que apresentaram o filme Ouverture of Something That Never Ended, experimentação da grife italiana para apresentar a sua nova coleção, que misturou moda e o audiovisual sob a perspectiva do diretor criativo Alessandro Michele.
O projeto foi dirigido pelo cineasta Gus Van Sant, responsável por trabalhos de sucesso como "Elephant" (2003), "Gênio Indomável" (1997) e "Psicose" (1998), e teve como um dos seus intuitos romper com as engrenagens industriais de consumo que a moda se tornou nos últimos tempos, nas palavras Marco Bizzarri, CEO da Gucci.
"A moda está vivendo como Charles Chaplin em 'Tempos Modernos' e isso não é mais sustentável", disse o porta-voz da empresa em entrevista ao site WWD. "Queremos que Alessandro possa alimentar a sua criatividade e pensar diferente. A covid-19 apenas acelerou nossa reflexão".
Embora não se saiba se esse formato será contínuo para a Gucci, que pode passar por diferentes experiências nos próximos anos, a iniciativa é um marco para a decisão da grife em abandonar o calendário oficial da moda e produzir as peças e a apresentação dessas no seu próprio tempo.
A minissérie
Os sete episódios de Ouverture of Something That Never Ended seguem a excêntrica e extravagantemente vestida personagem Silvia, interpretada por Silvia Calderoni, por meio de uma rotina diária esotérica que inclui uma viagem aos correios e uma maratona de compras em uma loja vintage em Roma.
Calderoni é reconhecida por sua arte performática que confunde os gêneros em produções off-Broadway, como MDLSX de 2016 — o nome faz alusão a Middlesex de Jeffrey Eugenides.
Assim como nas passarelas, onde a Gucci não faz distinção entre moda masculina e feminina, os personagens do projeto deliberadamente evitam ser sinalizados como sendo homens ou mulheres. Mais uma vez, o gênero não é um ponto importante para as delimitações da grife.
Quero libertar as roupas. Não quero mais que a moda seja aprisionada nas lojas".
Alessandro Michele em coletiva de imprensa
O encontro do pop com a moda
O filme traz algumas participações de peso, como o espanhol Paul B Preciado, filósofo e escritor feminista transgênero, cujas obras versam sobre assuntos teóricos como filosofia de gênero, teoria queer, arquitetura, identidade e pornografia.
Além dele, estão presentes também dois dos maiores nomes recentes da música pop: Harry Styles, Billie Eilish e Florence Welch, no terceiro, quinto e sexto episódios, respectivamente.
A participação de Harry, do jardim da sua casa e com short jeans e uma camiseta rosa, acontece por meio de uma ligação telefônica com o historiador italiano Archille Bonito Oliva. A conversa é guiada pela "busca da criatividade" em "tempos tensos e cheio de conflitos":
"A moda veste a humanidade e a arte desnuda", argumenta Archille.
"É sobre encontrar o que você sempre quis ver ou ouvir e que nunca foi feito. Você não sabe se ama ou odeia, porque ainda não sabe exatamente o que é, mas é o lugar mais emocionante para se trabalhar", complementa Styles.
Enquanto Harry usa a plataforma para filosofar sobre arte, Billie Eilish representou o subúrbio de Los Angeles, nos EUA, além da divulgação da sua mais recente música de trabalho "Therefore I Am".
O auge da Gucci
Os últimos meses foram de sucesso para a Gucci, que se tornou a grife mais influente e poderosa na indústria da moda no terceiro trimestre de 2020.
Em julho, a marca transmitiu o Epilogue, que ultrapassou os 35 milhões de visualizações — tornando-se o evento digital mais assistido da marca de todos os tempos.
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