Inspiração botânica: troncos são a base para pinturas de aves e folhagens
Natália Felippe
Por 12 anos Natália Felippe trabalhou de 9h às 18h, no departamento de marketing de uma grande indústria ligada à moda. Mas a criança que amava desenhar, escanteada pelo crachá, pedia para sair. Até que em 2015 ela decidiu libertar a menina artista.
"Sempre fui muito ligada à natureza, a questões de espiritualidade e queria unir o que eu gostava. Comecei pintando seixos de rio. Queria tanto que desse certo que eu aplicava Reiki nas pedras. Levava as pedras energizadas às feiras que participava", conta.
Foi um sucesso, contrariando todas as expectativas dela. "Dois anos depois eu queria explorar novas superfícies, mantendo a linha de elementos naturais. Tinha feito algo com madeira e testei a pintura. Gostei muito dos resultados dos testes", diz.
Com sua beleza natural, troncos de madeira fatiados eram a base ideal para receber a pintura de pássaros e folhagens. A mistura tornava-se sua assinatura. "Eu produzia à noite e nos fins de semana e comecei a sentir boa procura. Aquilo me preenchia cada vez mais", conta.
Superação
Até que em 2019, aos 31 anos, ela descobriu um câncer de mama. Em meio a medo e choro, passou por quimioterapia e cirurgia e parou tudo ao redor. "Isso me fez repensar a vida. Eu já tinha minha arte e fiquei me questionando se valia a pena trabalhar tanto para os outros."
A vitória veio com os exames zerados, saúde e uma positividade depositada em 2020 - e tudo parou de novo, afinal, instalou-se a pandemia no mundo. De novo, medo. Mas calma que essa história tem final feliz: em agosto deste ano ela pediu demissão do trabalho formal.
A arte é o caminho que me faz feliz. O processo artístico vem de dentro como resultado da evolução de cada um".
Encantos botânicos
Se antes Natália se sentia insegura em arriscar, nos últimos três meses se deu conta de que deveria ter feito isso há mais tempo. Suas pinturas inspiradas no universo botânico se tornaram sucesso imediato no Instagram @natifelippe.
Por mês são 50 peças prontas - em média a cada duas horas uma delas nasce. "Comecei a estudar as espécies de pássaros brasileiros e descobri um universo gigantesco", diz ela, que une estética e informação em suas obras. Agora Natália se identifica como artista e se sente livre, leve e pronta - assim como os pássaros que pinta todos os dias - para uma trilha que acaba de começar. Bem feliz.
@s que me inspiram
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