Joias para decorar a casa: como nascem as esculturas de Nara Ota
Nara Ota
Inquieta, inventiva, ávida por descobrir materiais novos, Nara Ota se sente como uma das meninas que estão sempre em suas criações. Bailarinas, cowgirls e tantas outras surgem com leveza, graciosas para encantar em esculturas ou objetos utilitários que cria há seis anos.
Nara cresceu vendo a mãe, Marisa Ota, desenvolver projetos de decoração e tornar-se a curadora da Feira Paralela Design, uma das mais importantes do país.
"Convivi com isso desde os sete anos de idade. Sentava numa reunião para saber como seria a exposição dos Irmãos Campana", conta.
Nesse terreno fértil ela desenvolveu seu olhar para a arte. Quando decidiu cursar arquitetura já havia aprendido fotografia, cerâmica e outras técnicas. Formada, percebeu que a profissão trazia um lado mais racional ao dia a dia, ela se frustrou.
Encantos no caminho
"Vi que faltava encantamento no processo. Pensei em partir para a joalheria, mas lá senti falta da questão do lar, que era muito forte. Por isso resolvi unir as duas coisas, criando objetos que seriam joias para a casa", conta.
Em 2014 ela começou a criar a partir da coleção de bonequinhas que tinha em mãos. "Fiz um cenário para elas, coloquei em uma redoma e as pessoas se apaixonaram. Comercializei e foi a primeira vez que entrei nessa história de objetos."
O sucesso aconteceu na feira Paralela, onde ela ganhou espaço gratuito, naturalmente, para revelar sua arte. "Pulei muitos caminhos e fui privilegiada, tudo estava na minha mão", reconhece.
Embora tivesse portas abertas e uma grande loja de decoração interessada em vender suas peças, a produção se tornou cada vez mais complexa. A dedicação sempre foi enorme, ela diz. Os bastidores envolvem força.
Nara se inspira e transpira
As ideias surgem desordenadamente, a todo momento. Nara chega a passar semanas debruçada sobre papeis, em busca de traduzir todas. Depois disso, cada escultura ganha um material — pode ser vidro, cerâmica, porcelana, metal, pedra — e a trajetória envolve banhos, fotocorrosão e outros acabamentos.
"A modelagem é feita em 3D. Modelo, imprimo e depois faço o processo manual. É como uma joia mesmo, cada peça tem sua montagem e são várias as mãos que atuam sobre ela", conta, sobre os parceiros — que lhe são muito importantes e valorizados.
Desenho um monte de coisas e elimino várias. Inclusive tenho vários protótipos eliminados."
Por todas as etapas que envolvem tanto cuidado manual, os objetos ganham status de joias para a casa. Ser artista é... "uma complexidade de sentimentos, uma inquietação muito grande".
@s que me inspiram
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