Entre tralhas e perrengues, Família Nalu dá dicas para viajar com crianças
"Vamos atrasar um pouquinho, o Zay não está muito bem e está dando um trabalhinho para dormir", avisa Fabiana Nigol, mãe e cinegrafista, minutos antes da hora marcada para a entrevista.
O mundo de sonhos das viagens e das ondas perfeitas tem lá suas particularidades (e perrengues) quando se viaja com criança pequena.
Gravado antes da pandemia, "Zay e Nalu pelo mundo" estreia no próximo dia 15 de dezembro, às 21h30 no Canal OFF, com cenários paradisíacos, ondas e... muita fralda. Dessa vez o trio Fabiana Nigol, Everaldo Pato e Isabelle ganha a companhia do "ativo e explosivo" Zay Nalu, de pouco mais de um ano de idade.
"Um bebezinho sempre traz alegria. As pessoas vão poder acompanhar o Zay desde o primeiro dia que ele chegou ao mundo e seus primeiros passos", descreve Fabiana, em entrevista por telefone para Nossa, em Bali, na Indonésia, onde a família espera o fim da pandemia.
Essa nova temporada começa no Brasil com o nascimento do caçula, segue até o distante Havaí, a quase 4 mil quilômetros da costa da Califórnia, e termina do outro lado do planeta, na Oceania.
"Os destaques são os primeiros passos do Zay e a evolução da Bela no surfe.
Acho que vamos inspirar várias famílias a saírem de motorhome pela Austrália", aposta Fabiana.
Não basta ser mãe, tem que ser cinegrafista
Desde a estreia de "Nalu pelo Mundo", em 2009, Fabiana Nigol sempre teve um olho nas manobras de Pato e outro na filha Isabelle, 13, que na primeira temporada tinha apenas dois anos.
Mas lá se vai uma década desde então e Fabiana, que se define como "mãe de primeira viagem outra vez", acredita que planejamento é fundamental antes de sair arrastando malas, carrinho de bebê e pranchas em aeroportos do mundo.
Para essa trupe que parece em uma eterna mudança de CEP, a vida sem roteiro é coisa do passado.
A gente quer levar todo o conforto do bebê na mala e não existe essa possibilidade.
Desde cedo, tem que acostumar a criança a ter contato com a natureza e brincar com conchas e gravetos", ensina a matriarca da "família tralha", como eles mesmos já se autodefiniram, por conta da bagagem lotada de pranchas e equipamentos.
Para longas viagens aéreas, ela sugere levar uma mochila com o que o bebê ainda não conhece para garantir o efeito surpresa, como livros para colorir, massa de modelar e brinquedos. E se precisar, como ela mesma lembra, vale "cantar, dançar e tudo o mais que puder fazer dentro do avião".
Em terra, Fabiana acredita que é importante tentar manter uma rotina para a criança, respeitando seus horários de comer e de dormir, que no caso dessa família costuma ser cada hora em um endereço diferente.
"É uma vida de muita liberdade para o Zay. Ele está crescendo bem livre pelo mundo", comemora a cinegrafista.
Outra dica da família é incluir a criança, na medida do possível, em todas as atividades. Se com a mãe, Zay se distrai com as câmeras e adora fazer selfies; com o pai, o pequeno já mergulha e "pega ondinha de peito".
É preciso dar oportunidades para os filhos e deixar eles descobrirem.
Jamais forçá-los", recomenda o surfista Pato, conhecido também como Déda, o apelido carinhoso que Belinha usa até hoje para chamar o pai ("dad", em inglês).
Entre os destinos ideais, daqueles com estrutura para pais e crianças, o casal aposta no Havaí, nos Estados Unidos, e nas Maldivas, um conjunto de atóis isolados no oceano Índico.
Só não dá para se entreter muito com arrebentações, tubos e ondas perfeitas.
"[Durante as filmagens], eu colocava o olho no visor da câmera e o Zay já tinha sumido da minha visão e estava comendo uma concha ou pegando um cocô de cachorro", lembra a mãe, entre risadas.
Sobrecarregada com as diversas tarefas, nas temporadas anteriores, Fabiana chegou a contar com o apoio de outros cinegrafistas, mas com a pandemia teve que voltar às origens das temporadas mais roots.
Para quem viaja com adolescente, o que torna uma viagem mais atrativa é ter amigos da mesma faixa etária.
"Nessa volta ao mundo, a Belinha foi fazendo amigos e sempre os reencontra, como a Sophia e a Luana, aqui em Bali, que também surfam e as famílias são muito parecidas com a nossa", explica Fabiana.
Perrengues
A rotina de quem trabalha num eterno check-in/check-out pode soar perfeita, mas como define a própria mãe viajante, "dá trabalho parecer que estamos sempre de férias".
Quando filmávamos só nós, eu desfrutava da viagem só quando o programa estava editado e ia para a TV. O foco é sempre no trabalho e, quando você viu, já foi embora do lugar", relembra.
Para a Família Nalu, uma viagem nunca é igual à outra e os imprevistos são as histórias divertidas para serem contadas na volta.
"O perrengue faz parte da viagem e é preciso ter jogo de cintura. Viajar é abrir a sua mente para aproveitar o máximo do lugar, aprender e ensinar", define Fabiana.
Filha de pai surfista, surfista é
Na nova série de 10 episódios, o foco será não só as expectativas da primeira viagem com o Zay, mas também o aperfeiçoamento da carreira de surfista da jovem Isabelle (@bela_nalu), que no primeiro episódio relata a experiência em campeonatos e treinamentos no Brasil.
"Eu queria só pegar umas ondinhas com a Bela, eu não imaginava que ela ia surfar como está surfando. Foi muito além do que eu sonhava", se orgulha Pato.
E para quem ainda acha que aquilo tudo não tem rotina, a mãe adianta a agenda puxada da filha que está determinada a ser surfista profissional, cujos resultados poderão ser vistos também nessa temporada de "Zay e Nalu pelo mundo".
"Ela põe o despertador às 6 da manhã, checa o mar e vai com o pai para tudo o que é lugar, não importa onde é a onda. Ela treina dentro e fora d'água, e se programa para os estudos online, que têm horários flexíveis", descreve.
Logo na primeira temporada televisa da família, há mais de uma década, Everaldo Pato já deixava bem claro:
A gente vai viajar por muitos anos".
E se depender da energia do pequeno Zay e das manobras de Isabelle, isso tudo só está começando.
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