Entre "ronrons" e independência: conheça 7 curiosidades sobre os gatos
Eles não comem qualquer coisa, só fazem o que querem, não gostam das pessoas, preferem a casa... E tem também a clássica: eles são traiçoeiros! Muitas são as lendas a respeito dos gatos, estes seres que, de tão fascinantes, já chegam a mais de 23,9 milhões nas residências de todo o país, de acordo com os últimos dados do IBGE, de 2013.
Seja você do team felinos ou do grupo que não troca um doguinho por nada nesse mundo, a discussão é como um eterno debate sobre uva passa no arroz natalino e não leva a nada. Fato é que estes bichinhos podem conquistar qualquer humano duro na queda com um simples ronronar.
De onde vem o tal ronron
A vibração, que mais parece um motorzinho ligado, é "produzida" em algumas situações.
O som do famoso ronronar pode variar de gato para gato e acontece quando eles estão muito confortáveis em nossa presença", explica a comportamentalista de felinos, catsitter e adestradora em formação, Denise Pereira Bispo.
A trilha sonora que também traz muita satisfação para os humanos gateiros é uma resposta fisiológica dos músculos da laringe dos gatinhos, onde ficam as cordas vocais, para um comando cerebral. Conforme esses músculos se movem, contraem e dilatam a glote possibilitando que o ar vibre toda vez que o gato respira.
A notícia ruim é que já há estudos sobre situações de dor e medo também ativarem o ronronar. "É importante verificar o contexto em que ocorre e prestar atenção aos gestos que o gatinho faz", disse Denise.
Carinho como "paõzinho"c
Aquele momento em que os gatinhos pressionam o rosto e se enroscam nas pernas dos humanos também é uma forma de demonstrar bem-estar.
Desse jeito, inclusive quando eles fazem massagens com as patinhas, liberam feromônios estimulando algumas glândulas especiais que eles têm pelo corpo.
O que também é uma forma de marcação de território e de dizer: 'você é meu, estou aqui me esfregando em você'", explicou a veterinária mestre em saúde animal pela Universidade de Brasília, Kassia Vieira, autora do recém-lançado livro ´Como criar um gato feliz'.
Produtos disponíveis no mercado utilizam esses feromônios sintéticos para proporcionar a sensação de conforto e bem-estar aos gatinhos que possam estar desconfortáveis em alguma situação em casa, como a chegada de um novo pet, por exemplo.
Eles precisam de proteína
Se você está pensando em transmitir seus hábitos vegetarianos ao companheiro felino, desista: os gatos são carnívoros verdadeiros, o que significa que eles precisam da proteína de origem animal para manter o organismo funcionando perfeitamente bem.
A informação é da professora titular aposentada da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, Mitika Hagiwara. "Enquanto nós tiramos energia do carboidrato, eles precisam da proteína. E se tiverem deficiência de determinado aminoácido, podem ter problemas graves como cegueira ou desenvolver uma doença que aumenta o tamanho do coração", alertou.
Mas não é por isso que você precisa sair por aí em busca de uma caça animal para o mini-rei da selva que mora na sua casa. A maioria das rações de boa qualidade, de acordo com Mitika, já contêm os nutrientes necessários.
Focinho aguçado
Você sabia que eles não sentem o gosto doce? Pois é! Em compensação, os bichanos têm um olfato 14 vezes mais apurado que o dos humanos.
É através do olfato que eles são atraídos pelos alimentos, não tanto pelo gosto, já que têm um paladar menos desenvolvido que o dos humanos e também que o dos cachorros.
Apesar de sentirem gostos, com exceção do doce, é através do olfato que eles verificam se a comida está fresca. É por isso que os gatos nem beliscam a comida que esteja com um cheirinho meio estranho", ensina Kassia.
Saltadores
Bem alimentados e felizes, nossos felinos podem saltar até 5 vezes a sua altura e é aí que mora o perigo: significa que eles podem pular de alturas entre 1,8 e 2,5 metros. Eles também conseguem criar um efeito paraquedas quando caem, esticando as pernas e abrindo as patas de modo que, quando chegam ao solo, o impacto é absorvido.
"Mas não é por isso que vamos deixar nossos gatinhos saltando de grandes alturas por aí, certo?", alerta a catsitter Amanda Santos, proprietária da Catitude, empresa que presta serviços de babá aos tutores que viajam e deixam seus felinos em casa.
"Gatos domésticos tendem a ser menos habilidosos e a chance de se machucarem é maior, podendo causar fraturas e até mesmo vir a óbito numa situação dessas.
Por isso, é preciso instalar telas de proteção em todas as janelas dos apartamentos, independente do andar em que você mora para mantê-los sempre protegidos", disse Amanda.
Sujeira escondida
Muita gente pensa que os gatinhos enterram suas fezes e urina porque são super higiênicos e não gostam do cheirinho desagradável no ambiente. Lenda. Na verdade, por serem essencialmente presas na natureza, os felinos precisam eliminar qualquer tipo de rastro que possa atrair os "inimigos".
Até quando um filhote morre, eles enterram ou comem para não deixar rastro nenhum. Isso é um hábito que nasce com eles porque são presas e precisam esconder seu rastro.
Você pode colocar um filhote recém-nascido e órfão na terra, que nunca viu a mãe fazer isso, ele vai cavar e enterrar suas necessidades", explicou Mitika. É por isso que, de acordo com ela, é fácil habituar um filhote ao uso da caixinha de areia.
Antipáticos? Que nada
"Você nunca viu um gato de rua andando junto com outros, diferente dos cachorros, não é mesmo? Na natureza, o cachorro do mato busca uma caça em movimento e em local aberto. Por isso precisa da matilha: porque um corre, outro cerca a presa e todos trabalham em conjunto. E os gatos? O que eles comem? Ratos.
Então, precisam estar sozinhos para caçar estes animais pequenos escondidos em tocas. Não precisam de outros para espantar suas presas", ensina Mitika.
Então, domesticados eles mantêm o hábito ancestral da "preferência" à solidão e típica independência que tanto se fala a respeito dos bichanos.
Só quem vê de perto, porém, e convive com um sabe o quanto eles podem ter características únicas de sua personalidade independente dos hábitos de seus antepassados, meio em que vivem e que não faltam curiosidades a respeito dos pets que esbanjam charme, elegância e muitos ronrons por onde passam.
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