Calça pantalona costurada por minha avó é símbolo do nosso vínculo familiar
Camila Ferrer Bezerra Loureiro
Essa calça foi feita há uns 20 anos pela minha avó paterna, que é costureira e, nos anos 1990, tinha uma loja de roupas e outros artigos. Ela é meio acumuladora, então hoje ainda tem muitas peças da antiga loja em um quartinho da casa dela em Fortaleza, que apelidamos de brechó da Dona Carmosa.
Toda vez que alguém vai visitá-la, é convidado a dar uma passada no cômodo e a escolher uma peça, ou ela escolhe algo para presentear.
Eu moro na Holanda desde 2018 e fazia quase dois anos que não ia ao Brasil, nem via minha avó. Em novembro do ano passado, finalmente voltei ao país e fui visitá-la. Assim que cheguei, ela me deu a calça e disse que achou a minha cara, pois foi baseada na modelagem de uma calça que minha mãe tinha.
Sempre soube que tenho o mesmo corpo que minha mãe, e a calça foi a prova disso, pois serviu perfeitamente! Geralmente tenho que apertar a cintura das peças, mas essa parece ter sido feita pra mim. Também ganhei outra do mesmo modelo, preta, mas acho a vermelha mais marcante.
Ela é feita de um crepe leve, vermelho vivo, e tem pernas retas e cintura alta, com várias pregas na cintura, o que modela bem o corpo, faz eu parecer mais alta e me deixa bem elegante. Tem bolsos na frente e dois botões. Foi costurada pela minha avó e tem um acabamento maravilhoso — sou suspeita de falar, mas na minha opinião ela é a melhor costureira do mundo.
Mesmo ela estando comigo há poucos meses, sinto que ela já tem muita história e se tornou especial para mim: representa o trabalho da minha avó, o reencontro com ela depois de tantos anos, a herança "corporal" que carrego da minha mãe, a proximidade com minha família.
Tenho certeza que ainda vou usar muito e de diferentes formas: com bota e casaco no inverno, camiseta e sandália no verão (para quebrar um pouco a finesse da peça)... É muito versátil e me traz boas lembranças.
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