Pescar em Fernando de Noronha, como fez Caio Castro, é permitido?
Recentemente, Caio Castro voltou para o topic trend do Twitter. Mas não porque os internautas estivessem comemorando o aniversário de 32 anos do ator que está em Fernando de Noronha, há cerca de uma semana, acompanhado da namorada Grazi Massafera.
Dessa vez a polêmica foi por conta de uma foto publicada em seus perfis no Instagram e no Twitter, em que Caio exibe um dourado pescado nas águas desse arquipélago protegido, a 545 quilômetros do Recife. "Sushi day", legendou o ator.
A rede (virtual, nesse caso) não perdoou e já são quase 6,5 mil comentários, entre eles pedidos de cancelamento e críticas pela pescaria em Noronha. Um deles veio de Dado Dolabella, quem questionou a atriz e ativista do Greenpeace Giovanna Lancellotti, que também estava na ilha. "Assim que vocês protegem os oceanos?", provocou o também ator.
Pode ou não pode?
Mas nem tudo são restrições nesse destino que é uma das mais expressivas biodiversidades do Atlântico e Patrimônio Natural da Humanidade.
De acordo com o Plano de Manejo desenvolvido pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade), só está permitida a pesca com pequenas embarcações e com linha de mão na Área de Proteção Ambiental (APA). A pesca com armas como arpões e técnicas como a de arrasto, em que uma rede em forma de saco arrasta tudo o que encontra pela frente, estão totalmente proibidas.
Em entrevista por telefone para Nossa, o proprietário da Fish Hunter Noronha, Romualdo França do Nascimento, informou que não houve nenhuma irregularidade na atividade que realizou com Caio Castro e seus convidados.
As espécies pescadas com o ator (dois dourados, um atum e uma barracuda) foram encontradas em área externa à do Parque Nacional, conhecida como Paredes do Mar de Dentro, a mais de 200 metros de profundidade, onde a "plataforma continental despenca". Segundo o pescador, o ICMBIO proíbe pescas em até 50 metros.
"A gente pesca a vida toda, legalmente, e essa atividade [de pesca esportiva] é o nosso segmento. Estávamos no meio do oceano em local permitido pelos órgãos fiscalizadores", explica Nascimento, cuja embarcação é equipada com ecobatímetro (equipamento que mede a profundidade das águas).
Nesse tipo de atividade feita em Noronha, onde é comum encontrar peixes como atum, cavala e xaréu, é usada a técnica do corrico, quando a pescaria acontece com o barco em movimento, arrastando uma ou mais iscas na superfície.
Não é predatória porque a captura é feita sem rede e o peixe pega [a isca] se ele quiser", explica Nascimento, que realiza cerca de 17 saídas do tipo, mensalmente.
Curiosamente, em outubro do ano passado, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, assinou um termo de compromisso que permitia a pesca da sardinha na área do Parque Nacional Marinho.
Pesca sim, aglomeração não
Dias depois da publicação da foto do peixe, o ator voltou a ser criticado nas redes por outra imagem.
Dessa vez, a polêmica foi pela aglomeração em um barco com outras 15 pessoas, todas sem máscaras de proteção, inclusive o próprio ator (a exceção é um homem uniformizado que aparenta ser o condutor da embarcação). A foto hoje se encontra indisponível no feed do ator.
No Twitter, um usuário chegou a postar o seguinte comentário: "Na maioria do Brasil é assim: o trabalhador tem que correr o risco pra manter seu sustento".
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