Miojo gourmet? Dicas e receitas para incrementar o macarrão instantâneo
Assim como o macarrão, o ramen, massa gelatinosa mergulhada em caldo, nasceu na China. Foram os japoneses, porém, que o fizeram conhecido pelo mundo.
Isso porque a sua versão instantânea, criada por Momofuku, em 1958, espalhou-se pelo globo e dominou prateleiras de mercados.
Em sua biografia, o fundador da Nissin conta que a ideia de fabricar alimentos aliando baixo custo e preparo fácil surgiu no pós-guerra, ao se deparar com uma fila de pessoas famintas diante de uma vitrine clandestina de sopas feitas com massas chinesas.
Até hoje, o macarrão instantâneo é, de fato, uma saída prática para quando o saldo da conta não está lá aquelas coisas. Seu valor nutricional, porém, acaba sendo contestado.
Para Thiago Bañares, do restaurante Tan Tan, o produto nunca foi um vilão: "Deve ter salvado muita vida. No Japão, quando uma casa de ramen faz muito sucesso, a própria marca faz um convite para a pessoa assinar uma linha especial".
Paulo Shin, do coreano Komah, incentiva o equilibro:
Assim como qualquer alimento ultra processado, o macarrão instantâneo nunca deveria entrar como substituto em uma dieta. Mas não vejo problema no consumo ocasional".
O macarrão instantâneo passa por uma cocção prévia e, posteriormente, por desidratação. Dentro da embalagem há ainda um tempero para o caldo e, às vezes, guarnições desidratadas para serem colocadas na preparação.
Thiago não esconde que é fã das versões importadas. "Outro dia estava brincando que, dependendo do macarrão instantâneo, a qualidade de caldo é tão boa que se eu trocasse no meu restaurante, as pessoas nem reparariam".
Dicas de chefs em dois palitos
Para não perder a conveniência e praticidade intrínseca ao preparo, Shin entende que faz mais sentido incrementar a pedida do que fazer grandes mudanças. Ovo cozido no ponto certo dá um "up", assim como a cebolinha, que leva frescor.
Thiago gosta também de juntar uma carne. Vale de rosbife a frango assado, desde que seja cortado fino ou desfiado, para conseguir comer de hashi.
Para incrementar com gosto
Os cozinheiros e amigos Allison Seidi e Dekidin são descendentes de japoneses e, há dois anos, decidiram investir seu tempo e criatividade no Go Han Go.
O portal de receitas em vídeo presente no YouTube, no Instagram, no Facebook e no TikTok pretende desmistificar a cozinha oriental como algo difícil.
Atualmente, há quatro apresentadores responsáveis por transmitir o passo a passo detalhado de pratos, tanto tradicionais quanto ousados, com uma boa dose de bom humor.
"Temos as nossas raízes, mas, em casa, a gente faz umas coisas malucas. Afinal, somos brasileiros. Parte legal da globalização legal é ter acesso a receitas diferentes. Não temos medo de colocar isso no nosso repertório. Eu gosto pra caramba de miojo", diz Allison.
Dekidin completa: "acaba sendo uma quebra de estereótipo. Não é só porque somos cozinheiros que comemos sempre do bom e do melhor. Antes de publicar no canal, fazia o mac and cheese de miojo para comer em casa".
Allison e Dekidin compartilharam com Nossa três receitas bem diferentonas para quem quiser comer miojo sem ficar na mesmice. Confira:
Para qualquer hora
Aqui, o fast-food japonês se encontra com o americano num delicioso mac n' cheese vapt-vupt. O leite quase fervido recebe os queijos de sua preferência e é temperado com pimenta-do-reino, salsinha e sal - ou uma parte do pó do macarrão. Poucos minutos dentro do creme deixam o macarrão al dente. Para dar o charme final, um maçarico é usado para criar uma crosta sobre o prato. Não tem? Tudo bem. Coloque tudo num recipiente que possa ir ao forno e acione a função grill para dourar.
Para dias frios
O tempero pronto é usado só em parte porque o que dá gosto ao prato é o missô, ingrediente tradicional feito de soja fermentada. Óleo de gergelim temperado e legumes fritinhos fazem toda a diferença na massa, que vale a pena ser servida numa tigela bonita. Alga, cebolinha e ovo vão no topo para garantir sabor — e uma bela foto. Observação: para realizá-la é preciso ter um estoque de produtinhos orientais em casa, é verdade. Mas o investimento é válido para reproduzir essa e outras receitas.
Para dias quentes
Provar a massa em temperatura ambiente é uma das melhores formas para sentir o puxa-puxa característico. Tirinhas de pepino, tomate e cenoura dão frescor para a receita que garante sustância com quiabo e frango desfiado. O molhinho de vinagre de arroz, shoyu, açúcar, óleo de gergelim e hondashi tem o sabor acentuado por wasabi ou mostarda japonesa. É perfeito para dias de verão.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.