Tapete no pescoço e passado de galã teen: por trás da moda de Fiuk no BBB
Fiuk chegou na casa do Big Brother Brasil 21 com o objetivo de representar os millennials no reality. Na edição anterior, quem ocupou esse espaço foi Manu Gavassi, que popularizou as mangas bufantes, liquidou estoque de loja de camisas e fez da sua plataforma praticamente uma nova participante do programa.
Assim que o cantor e ator foi anunciado como um dos participantes, os vídeos em seu perfil oficial no Instagram começaram a surgir. Nas publicações, ele aparece com o visual com que grande parcela de nós o conhecemos: calça skinny e a famosa camiseta de gola V, decotada a ponto de mostrar quase uma parte da barriga.
Entre os anos de 2009 e 2010, quando estrelou a série "Malhação", Fiuk se tornou uma referência de estilo para os jovens. A atitude roqueira, as calças coloridas — também usadas por ele durante a sua aparição no BBB, o chapéu de aba curta e os lenços amarrados no pescoço eram as suas marcas.
A moda, na época, pegou. Nesse mesmo período, os adolescentes, além de Fiuk, tinham como referência na hora de se vestir bandas como o Restart, Cine, entre algumas outras. Todas elas se assemelhavam em um mesmo ponto: cores nas roupas e o cabelo marcado pela prancha que cobria a testa e parte das bochechas.
Bastava entrar no Orkut e encontrar milhares de selfies de usuárias tiradas de cima para baixo que apresentavam a mesma estética.
Hoje, a aparência de Fiuk virou até meme nas redes sociais. O "tapete" no pescoço, que na verdade é um cachecol com estampas étnicas, é comentado diariamente no Twitter.
E virou assunto até entre os tuites de Neymar.
O lenço usado por ele no cabelo às vezes, não muito diferentemente, também é alvo de comentários. Assim como o estilo Willy Wonka, personagem do filme "A Fantástica Fábrica de Chocolates", com quem foi comparado.
O que tudo isso infere na participação do não-filho da Glória Pires no reality?
Possivelmente, um movimento para marcar a sua participação no BBB por meio de suas roupas e, ainda além, despertar o lado saudosista desses adolescentes, agora mais adultos, do estilo que marcou essa fase de suas vidas.
Moda como estratégia de jogo
Em entrevista para Nossa, a consultora de imagem e moda Ana Vaz explica como a construção de uma imagem, por meio do vestuário, é feita pelas personalidades.
"As roupas ajudam a criar características individuais importantes e que precisam ser comunicadas visualmente para o público. Ao longo do tempo, essas peças constroem uma narrativa sobre aquele indivíduo. É por isso que alguns elementos são usados de forma recorrente, criando o que chamamos de estilo pessoal", comenta.
O estilo fala sobre características de personalidade, mas também conta sobre história, origem, associação a grupos, crenças, valores e até mesmo posicionamento político".
A abordagem de Fiuk é comparada à de Manu Gavassi, na edição anterior, por Ana, que faz um paralelo sobre como a moda também serve como estratégia para o jogo.
"Ele vai se comunicar com o público que já é dele, reforçando essa conexão e trazendo boas memórias. É uma maneira de aumentar a proximidade. Ao mesmo tempo, como está misturado ao tempo atual, ajuda a renovar a imagem dele".
É uma estratégia semelhante a de Manu Gavassi, que trouxe elementos da antiga imagem e depois coisas muito novas, criando uma ruptura".
Esse efeito, segundo Ana, é efeito da repetição. Ao vermos a personalidade constantemente nas nossas televisões, isso diretamente reflete na conexão com a memória e o armazenamento de elementos visuais.
"Se a gente pegar todos esses elementos visuais, que podem se repetir ao longo do tempo e criam um estilo pessoal, eles ficam marcados na memória de quem constantemente acompanha a personalidade, ajuda na fácil identificação por meio de um espelhamento".
Se a estratégia de Fiuk vai funcionar da mesma forma, tão bem sucedida, como Manu Gavassi ainda é questionável. A cantora hoje acumula 15,8 milhões de seguidores que veem nela uma inspiração. Não sozinha, a moda no caso dela foi aliada a personalidade. Para o antigo vocalista da banda Hori ainda há estrada pela frente.
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