Alegria da decoração salvou a vida de dono de apê de 55 m² que adora mudar
Da infância pobre, Matheus se lembra bem de um fato: sua mãe, que era diarista, trazia para casa as revistas de decoração que a patroa doava.
"Ficava sozinho durante o dia e meu passatempo era mudar os móveis de lugar, tentando reproduzir aquelas proporções", conta. Um momento de escapismo, já que ele também sofreu abuso, presenciou violência doméstica e passou por outras agressões.
Mas Matheus Fernandes não fala disso como vítima. Longe disso, é apenas um jeito de explicar as cores, a leveza e a estética lúdica que toma suas moradas: a alegria no décor salvou sua vida.
Esta kitnet alugada de 50 m² em Brasília (DF) esbanja personalidade porque ele quer ver o mundo assim. Sorte a nossa, não?
Aos 31 anos, mora com o namorado, Sander Soares, de 34, com quem está junto há quase 10 anos. Mas o dono do pedaço é o spitz alemão Sushi, que a vê ganhar novos ares "de vez em sempre".
Piscou, o Math (@blogdomath) muda tudo. Respeitando o estilo minimalista de Sander, ele não é consumista — e dá ótimas dicas mais abaixo para comprar consciente.
Transformações: como tudo começou
Na kitnet anterior, onde morava a dupla, não existia personalidade. Recém-formado em moda, Math queria novos ares. "Fomos a Buenos Aires e isso mudou tudo. Voltei com a ideia de uma transformação que tornou leve um lugar denso. Uma revista viu e publicou, nem acreditei. Ali o sonho de decoração ficou mais perto de mim", lembra.
A casa precisa refletir quem um pouco de como me sinto por dentro e de como quero me sentir. Ela precisa acolher e mostrar quem queremos ser como pessoas."
Por isso a kitnet atual está sempre em evolução. "Para esta, queria algo solar, a sensação de vento na cara, cores bem saturadas. Todas as paredes são pintadas e os pingentes feitos por mim, sempre mudam."
Detalhes que falam
Math não gosta de "entrar nas tendências". Se gostar de alguma, ele adapta, faz diferente. Por isso, uma das paredes tem a estampa de palhinha indiana - super em alta - maximizada e aplicada com estêncil. Um armário comprado em loja de departamento teve os pés pintados. Um grande efeito.
Há ainda um lambe-lambe feito por ele (que ensina a fazer igual no perfil). "A maioria das coisas fui eu quem fiz, aqui só entra gente de fora se for na elétrica e na hidráulica", ri.
A liberdade de se expressar sem medo é uma das conquistas mais importantes para Math. "Meu apartamento é uma tela em branco onde posso me expressar sem julgamento algum".
Dicas do Math para dar personalidade ao seu apê
- Conheça-te. "Tudo o que você escolhe diz muito sobre você. Faça com a sua casa como você faria com seu guarda-roupa: expresse seu estilo. Pegue três peças que você mais ama e veja o que elas dizem sobre você. É assim que a gente começa a se conhecer e consumir coisas que tenham nosso estilo."
- Referências sim, mas não as óbvias. A maioria das pessoas quando quer decorar a sala busca na internet referências de salas, certo? Não o Math. "Se quero redecorar a sala, vejo referências de festas ou de outros temas. Ou mesmo busco nas minhas escolhas mais recentes de roupas para saber do que estou gostando. Assim vou construindo um visual novo, sem olhar o dos outros."
- Caleidoscópio. "Decoração é um processo multidisciplinar: folheie revistas (inclusive antigas), faça jardinagem, compre livros bons, bonitos, viva outras experiências e saia um pouco do Pinterest."
- Minimalismo na cabeça. "Tenho um acervo de coisas antigas porque sou diretor de arte. Mas dentro do meu trabalho busco compras assertivas, observando o que o meu espaço comporta antes. O que você pode tirar hoje da sua sala? É importante repensar nosso consumo. Não é sobre quantidade e sim qualidade."
- Onde encontrar as coisas mais curiosas. "Gosto de lojas pequenas e escondidas. Tenho curtido criadores locais. Hoje há cerâmicas incríveis, feitas à mão, com mais originalidade e você pode conhecer a história deles. Gasto em lojas de departamento também, mas com cuidado."
- E coisas curiosas bem baratas? "Amo feirinhas de rua e lojas de agropecuária, eles têm coisas inusitadas por um preço ótimo. Também frequento lojas de R$ 1,99, em antiquários 'bagaceiros' e em lojas online de desapego. Mas entro nesses lugares sabendo o que busco, pra não comprar nada a mais."
@s que me inspiram
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