Destilado de baru coloca o Cerrado brasileiro no mapa da coquetelaria
Há algo de novo na coquetelaria brasileira. E não se trata da milionésima marca de gim premium a brotar no mercado, fenômeno de anos recentes. Curiosamente, a novidade nas prateleiras dos bares e delicatessens de boa estirpe tem origem no Cerrado, segundo bioma do país em extensão, localizado no Planalto Central.
É de lá que vem o baru (também conhecido como cumbaru), castanha nativa, segundo especialistas, de altíssimo valor nutricional, que agora dá origem ao Baru Spirit.
Destilado a partir do fruto do baruzeiro, o Baru Spirit tem graduação alcoólica de 40 graus. No aroma e notadamente no palato, localiza-se na fronteira com as boas grappas do ramo, ainda que sua forte personalidade seja única.
É um produto fácil de beber e de entender. É uma novidade, com a qual é possível fazer muitas coisas na coquetelaria.
E saído do freezer geladíssimo também fica muito bom", avaliza Kascão Oliveira, veterano bartender da cena paulistana, que desenvolveu receitas pioneiras com o Baru Spirit, como o Mojito Baru.
"O Baru Spirit é a ponta do iceberg de todo um conceito em torno da castanha do baru" assegura o empresário Ricardo Pavan, que a seis mãos com os sócios Edson Cunha e Wesley José Machado fundou em Jussara, Goiás, a LabraFlora, companhia que comanda a partir da sede em Los Angeles, Califórnia, onde reside.
Desde 2017, quando surgiu, sucedendo a então Labra, a LabraFlora desenvolve uma série de produtos representativos da importância que o fruto começa a ter economicamente para a região: farinha de baru, óleo de baru, pasta de baru com cacau, pães, barras de cereais, chips de baru, castanha de baru "aperitivo", etc. E, agora, o Baru Spirit.
"Conheci o baru em uma viagem à Chapada dos Veadeiros, em 2015. Lá, comi muito baru. E logo percebi o produto incrível que era, e que nem nós, brasileiros, conhecíamos. No mesmo ano, fiz uma parceria com um fornecedor local, e em 2016 já o estava comercializando em feiras dos EUA", conta.
O Baru Spirit, detalha Pavan, surgiu quase que como uma solução para qualificar ainda mais toda a cadeia que beneficia o produto. "Há ainda um aspecto socioambiental importante no fomento dessa cadeia, já que muitas famílias do Cerrado participam da coleta do baru, que é feita de forma totalmente artesanal. Então, com o Baru Spirit, criamos um novo destilado que provém da biodiversidade brasileira".
Irresistível em (vá lá) "caipirinhas" como as de limão siciliano e lima-da-Pérsia, em breve o Baru Spirit será lançado no competitivo mercado americano, tendo Los Angeles como porta de entrada.
"Tomado puro, ele valoriza todo o seu sabor e aroma, uma experiência complexa. Mas como é uma bebida versátil, pode ser utilizado na caipirinha, no mojito e em muitos outros coquetéis", acredita Pavan.
Uma nova cachaça?
São bebidas bem diferentes, até porque a cachaça vem da cana. O Baru Spirit é destilado a partir do fruto do baru, e assim será conhecido".
O empresário acredita no potencial da bebida para surfar uma carreira promissora na coquetelaria internacional.
"Estamos investindo números importantes na construção da cadeia de valores do baru, e acreditamos que em dez anos o colocaremos no radar internacional, junto com a castanha do Brasil".
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