Destinos iguais a cenários dos filmes de Wes Anderson fazem sucesso na web
O que um edifício dos correios no Alasca, um quarto de hotel na Coreia do Norte e uma igreja em Florianópolis têm em comum? Além da cor suave amarela, todos poderiam ser cenários de um filme de Wes Anderson, na opinião do americano Wally Koval e suas centenas de colaboradores.
Koval é o criador do projeto "Accidentally Wes Anderson", uma comunidade online que reúne imagens de lugares pelo mundo que parecem saídos do universo do diretor de "Os Excêntricos Tenenbaums", "A Vida Marinha com Steve Zissou" e "O Grande Hotel Budapeste".
A conta no Instagram (@accidentallywesanderson) tem mais de 1.300 fotos e 1,4 milhão de seguidores. É possível procurar imagens por busca de países no site oficial ou comprar o livro lançado no final do ano passado, que chegou na lista dos mais vendidos do "The New York Times".
A publicação com 200 fotografias, tiradas em 50 países com ajuda de 180 fotógrafos, teve a benção do próprio Wes Anderson, que assina o préfacio. Anderson, famoso por criar personagens peculiares, descreve o livro como um "atraente guia de viagens que deve me manter ocupado por várias décadas".
"Agora entendo o que significa ser eu mesmo acidentalmente. Obrigado", ele continua. "Ainda estou confuso sobre o que significa ser deliberadamente eu, se é mesmo o que sou, mas isso não é importante. Mando meus melhores votos e muita gratidão a este grupo por descobrir e compartilhar todas essas vistas peculiares e fascinantes."
A foto da capa do livro é do Hotel Belvédère, no meio de uma curva de estrada pelas montanhas nevadas de Grindewald, na Suíça, primeira imagem com a qual Koval começou a conta no Instagram em 2017.
A ideia era criar uma lista dos sonhos de lugares que ele gostaria de ir com a mulher, Amanda, mas com o tempo foi atraindo mais gente em busca de lugares pitorescos e recebendo mais sugestões de imagens com a tag #AccidentallyWesAnderson.
"Você sabe quando bate o olho", escreve Koval no livro. "Sejam as linhas simétricas, os tons pastéis, a composição imaculada ou algo excêntrico e lindo que você pode ou não descrever de uma vez, Wes Anderson tem um estilo em seus filmes que você identifica imediatamente.
Não é então fantástico descobrir lugares ao redor do mundo que parecem capturas acidentais de um de seus filmes?"
O diretor tem um novo filme pronto, a comédia "The French Dispatch", que teve sua estreia cancelada por conta da pandemia em 2020 e segue sem data de lançamento. O longa é ambientado na sucursal de um jornal americano numa cidade francesa fictícia do século 20. No elenco estão Tilda Swinton, Frances McDormand, Bill Murray, Owen Wilson e outros.
Pelo Brasil
O Brasil aparece em nove imagens no site, que não conta com nenhuma foto de cenário real dos filmes do diretor. Estão lá a igreja Paróquia Nossa Senhora da Lapa, em Ribeirão da Ilha, Florianópolis, além do Teatro Municipal de São Paulo, o estádio do Pacaembu e o Cine São Luiz, em Recife.
Mas não há nada de Brasil no livro, apesar de ter uma seção dedicada à América Latina. "Há muitos lugares incríveis no Brasil. Precisamos que nossos colaboradores brasileiros compartilhem suas imagens para que possamos apresentar mais de seu incrível país em nosso site e, com sorte, em nosso próximo livro", diz Koval a Nossa.
Ele contou que o projeto recebe mais de 2.500 imagens por mês e que revisa cada uma delas com ajuda da sua mulher. "Mas não recebemos tantas quanto gostaríamos do Brasil. A comunidade de colaboradores é a parte mais importante deste projeto. Sem eles, nada disto existiria", continuou.
Buenos Aires aparece ao menos três vezes na publicação: o farol na praia de Claromeco, a entrada da Casa Mínima, a mais estreita da capital, e a fachada azul do hospital Naval, de arquitetura brutalista.
Da região, há ainda o Hotel Sevilla, em Havana, uma sala de aula da Universidade de los Andes, em Cartagena, e os edifícios no piér do lago Llanquihue, em Frutillar (Chile). Cada fotografia traz também uma breve descrição do lugar.
Koval, que mora no Brooklyn (Nova York), diz que o livro não é apenas uma inspiração para sua próxima viagem, mas também um estímulo para olhar à sua volta com uma nova perspectiva, como ele mesmo fez ao voltar a Delaware, onde cresceu.
"Já havia visitado a Casa de Ópera várias vezes, em excursões escolares e para apresentações, mas não sabia da sua intrigante história até esse projeto me levar a descobri-la", disse. "Certamente há algo fascinante a descobrir ao seu redor assim que você começar a procurar."
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