Descubra os melhores vinhos para servir com 5 queijos brasileiros
Queijo e vinho é uma combinação tão manjada quanto interessante. A rica variedade de cada um dos produtos permite uma porção de harmonizações que não deixam os amantes do comer e beber ficarem entediados.
Nestas sugestões da Jessica Marinzeck, sommelière da Evino, o francês brie e o suíço gruyère abrem espaço para versões brasileiras, como minas frescal e Tulha.
Jessica explica que o "match" perfeito acontece, geralmente, por contrastes:
O queijo é gorduroso e causa uma sensação untuosa na boca, que é balanceada pela acidez do vinho. Dessa forma, o queijo e o vinho ficam em equilíbrio na boca, criando uma textura mais agradável".
Confira as dicas de harmonização com cinco queijos nacionais:
Canastra
Forte, denso e levemente picante. São essas as características do queijo preparado com leite cru há mais de duzentos anos na Serra da Canastra, região produtora em Minas Gerais.
"Para equilibrar as características do queijo Canastra, aposte em vinhos feitos a partir da Cabernet Franc, que apresentam aromas de cranberry, rosas e especiarias como pimenta-preta", afirma Jessica.
Tulha
Primeiro a conquistar medalha do ouro no World Cheese Awards, o queijo Tulha ficou famoso por ser a escolha de chefs renomados, como Alex Atala. Produzido na Fazenda Atalaia, em Amparo (SP), ele é firme como um parmesão, mas se desmancha na boca.
Tem casca dura e sabor frutado, levemente salgado. "Para harmonizar com este queijo de sabor incisivo, o ideal é combinar com um vinho branco que seja encorpado e bem estruturado, mas que também seja frutado e tenha notas cítricas, como um chardonnay", diz Jessica. A ideia é balancear sal e gordura com fruta e acidez.
No site da Fazenda Atalaia, a marca também sugere a combinação do queijo com espumante. Tintos e rosés passam longe das indicações.
Azul do Bosque
O queijo é obra da Capril do Bosque, produtora de Joanópolis (SP). Produzido com queijo de cabra e mofo azul, é macio e tem sabor intenso. Os processos foram inspirados no stilton inglês, no caso feito com leite de vaca.
"Ele pede um vinho que tenha a mesma intensidade de aromas e sabores, como o viognier, que apresenta aromas de damasco, maracujá, manga, abacaxi e pêssego".
A variedade viognier é mais cultivada na África do Sul e costuma resultar em vinhos robustos, aromáticos, com alto teor alcoólico e baixa acidez.
Minas Frescal
Fácil de encontrar em mercados por todo o Brasil, o minas frescal é conhecido pela consistência mole e pelo alto grau de umidade. Com sabor levemente ácido, faz bom par com garrafas de vinho branco.
"Geralmente consumido como aperitivo ou em saladas e lanches mais leves, o queijo pede um vinho branco de sabores e aromas igualmente delicados como é o vinho verde, um clássico de corpo leve, acidez acentuada e final frutado e delicado".
Queijo do Marajó
Elaborado a partir do leite de búfala, o queijo é tradicional da Ilha do Marajó, no Pará. A produção começou há séculos com fazendeiros portugueses e franceses que se estabeleceram na Ilha.
Extremamente cremoso, chegou a levar a medalha de Prata na 4ª Edição do Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, na França.
"Devido à sua cremosidade, assim como ao seu sabor delicado e à gordura do leite de búfala, é ideal que o vinho tenha um alto nível de acidez para limpar o paladar e ao mesmo tempo tenha sabores delicados para não sobrepor o queijo, como um bom espumante", explica Jessica.
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