Com bisturi e papel, artista esculpe obras de arte que hipnotizam
Ariádine Menezes
Dez anos atrás, Ariádine Menezes estava na Índia, em um período sabático, com o propósito de entender seu lado criativo. Fotógrafa, havia se interessado por colagens. Mas quando pegou nas mãos o estilete bisturi, veio a luz: era isso!
A ferramenta despertou nela a habilidade de fazer cortes precisos e expressar sua manualidade. As técnicas de meditação e repetição estavam lá, a atenção aos detalhes também. Logo aflorou ainda a influência de trabalhos manuais de sua família.
"Cresci em meio a crochê, tricô e bordados, herança da minha ascendência portuguesa. Percebi que a técnica tinha conexão com esse fazer manual, mas era outra plataforma", diz.
O começo
Ariádine não perdeu tempo: começou a publicar as obras que fazia nas redes sociais e começou a ver as encomendas chegarem aos poucos. Atualmente ela mostra tudo no perfil @ariadine_e_o_papel.
Em outro momento, perguntavam a ela onde tinha aprendido a técnica. "No Japão e na China é uma técnica bem tradicional, mas aprendi em diversos lugares. Juntei essa didática toda e comecei a dar aulas em 2016", conta.
Maiores proporções
Até que ela foi descoberta pelo mercado de publicidade e passou a entregar obras maiores. "Já fiz cenários com painéis grandes", diz ela, que no momento trabalha em uma dessas entregas. Leva quase um mês para uma delas ficar pronta.
Quadros menores, de tamanho A3, são gerados em cerca de 15 horas. Por mês, saem de seu ateliê de seis a sete peças. "Chego a ficar 10 horas fazendo os recortes, mas não faço todos os dias, pois intercalo com as tarefas burocráticas".
Simples assim
No papel de 120 g, ela cria peças que parecem rendas. Outras ganham profundidade e cores que hipnotizam. "É possível usar até papel sulfite na técnica. Isso me encanta muito."
O papel é especial por ser simples, acessível, ordinário. Acho muito interessante transformar algo banal assim em um item valioso. O tempo agrega esse valor".
Há ainda a poética do vazio, afinal, tudo surge do "nada", ou melhor, da cabeça dela, que enxerga em cada folha um desenho a ser esculpido. "Em outras técnicas construímos uma imagem, um objeto. Nesta, tiro algo do vazio".
@s que me inspiram
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