Roupas da farda do meu avô no exército hoje fazem parte da minha história
Marcos de Lima
Meu avô foi militar de 1959 a 1989, ano em que foi reformado. Na infância e adolescência, de tempos em tempos a minha avó organizava armários antigos e era muito legal, porque a gente parava pra ver fotos, ouvir histórias e ver as roupas antigas que ela guardava. De vez em quando ela pegava algumas para voltar a usar, outras voltavam para o armário para ficar de lembrança.
Em 2008, final da adolescência, abrimos mais uma vez os armários e dei de cara com várias roupas da farda do meu avô da época do exército. Naquela época nem lembro se estava muito na moda roupa militar, mas eu fiquei maluco pelas jaquetas e pelas calças, porque ninguém teria nada igual a elas. Pedi para a minha avó e ganhei três padrões de jaqueta, uma que era para ocasiões especiais, com um tecido mas fino, e duas de algodão, acho que o tecido é brim. Uma delas acho que ele nem tinha usado, mas a outra tinha o sobrenome dele, Tavares, e a divisa dele, de terceiro sargento. Essa virou a minha favorita.
Segundo o meu avô, era a farda que ele usava para sair do quartel e voltar para casa, para usar na rua. Adoro essa jaqueta e foi uma peça de roupa que usei exaustivamente durante a adolescência. Usava com o uniforme da escola, para ir para a igreja, em aniversários, passeios.
O verde dela é um pouco mais saturado que a maioria das jaquetas militares que vejo por aí, o que acho bem legal também. Também gosto que ela não é muito quente, então posso usar com regata por baixo quando estou em Recife, ou em um dia mais frio quando estou em São Paulo
Sempre fui adepto de mudanças no visual. De vez em quando raspo o cabelo todo, já deixei ele crescer até o ombro, já descolori, pintei, já pedi o corte da moda? Meu estilo de roupa também muda. Mas essa jaqueta está sempre comigo. Cresci em Recife com ela, me mudei para São Paulo e ela estava lá, já viajei com ela, usei ela em mil ocasiões.
Acho que ela faz com que eu me sinta que mesmo que o mundo e eu mudemos radicalmente, ainda assim eu vou continuar sendo o mesmo".
No fim do ano passado, voltei a morar em Recife e nesse processo eu desapeguei de muita coisa. Outras roupas que tinham muita história foram embora, mas essa jaqueta quero levar para a vida toda. Ela já tem alguns buracos, faltam alguns botões, as divisas estão saindo? Mas até esse aspecto desgastado eu acho legal. Pretendo usar por muitos anos ainda, já até me imagino usando ela bem velhinho.
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