Para que serve a "mesinha" da pizza delivery? Não por acaso virou item raro
Imagine uma pizza saindo do calor de 300 graus de um forno a lenha e indo direto para uma embalagem de papelão. O vapor que emana do queijo derretido umedece o material que, por sua vez, amolece e cai sobre a pizza.
Após viajar até o endereço de destino na bag do motoboy, a refeição chega ao endereço do cliente. Ao abrir a caixa, ele vê todo o queijo grudado na tampa da embalagem. É para que cenas como essa não se repitam que a "mesinha" de pizza foi criada — com direito a lucro milionário para os inventores que patentearam a ideia (veja abaixo).
O uso do utensílio faz ainda mais sentido em estabelecimentos que entregam pedidos aos montes. Ao colocar uma caixa em cima da outra na moto, a pressão sobre a embalagem é maior e as chances do estrago acontecer também.
Jeremias Pereira, sócio da pizzaria Veridiana, que completou 20 anos de existência, em São Paulo, conta que as mesinhas foram muito populares no tempo em que o pedido do delivery era feito só por telefone ou em contato direto com as pizzarias.
Conforme a modalidade de negócio foi se desenvolvendo, no entanto, donos, como ele, passaram a repensar formas de entregar o produto e a investir em embalagens melhores.
A mesinha era um suporte para que a parte de cima da caixa da pizza não encostasse no recheio. Usávamos no início, mas depois a gente desenvolveu uma embalagem mais firme que dispensa esse recurso".
Outros "truques" ajudaram nessa substituição. O papel sanfonado na parte inferior e interior da caixa, por exemplo, ajuda a segurar a umidade dos recheios mais "molhados". Já os buraquinhos na embalagem dão espaço para o vapor sair e a evitam que a massa fique com textura de borracha.
Jeremias ainda investiu numa tinta impermeável, que não absorve o calor, e instalou espécies de prateleiras nas bags dos seus entregadores para não deixar uma pizza diretamente sobre a outra.
Apesar das alternativas, ainda há algumas pizzarias que até hoje usam as mesinhas plásticas. Porém, com a evolução das embalagens no geral, com estrutura firme e tampas resistentes a ponto de não cair e grudar no queijo, elas estão se transformando em um item cada vez mais raro nas entregas de delivery.
Ideia antiga
Feito de plástico, o chamado "guarda-pizza" teve a primeira patente registrada em 1974, por Claudio Daniel Troglia, na Argentina. Onze anos mais tarde, Carmela Vitale, em Nova Iorque, obteve patente de um utensílio parecido.
A mesinha de Vitale, capaz de aguentar até 260 graus, se tornou padrão nos EUA. Em matéria realizada em 2016, a publicação especializada Eater estimou que uma fábrica do tipo apresentaria um faturamento de 8 milhões de dólares por ano.
A partir de 1993, no entanto, a família não renovou a patente. Desde então, o design foi reproduzido com pequenas variações por dezenas de empresas.
Ícone como inspiração
A similaridade do protetor de pizza com uma mesa de verdade fez a Boston Pizza fazer uma campanha promocional no Canadá. Em 2018, eles completaram o "cenário" com cadeiras de plástico em miniaturas.
Em março de 2020, a Pizza Hut de Hong Kong e a loja de móveis IKEA lançaram em conjunto uma mesa projetada para se parecer com um protetor. Na entrega, o móvel seria embalado numa caixa similar à de pizza.
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