Vila "engolida" por plantas e ilha fantasma: dois destinos surreais na Ásia
Em encostas da ilha chinesa de Shengshan existe um lugar que poderia ganhar o título de cidade fantasma mais verde do mundo.
Trata-se da antiga vila de Houtouwan, que perdeu seus habitantes a partir dos anos 1990 e, após entrar em estado de abandono, foi literalmente engolida pela natureza.
No passado, o local abrigou uma comunidade de pescadores que somava milhares de pessoas e tirava seu sustento do mar que banha Shengshan.
Há aproximadamente 30 anos, a atividade da pesca entrou em declínio econômico na ilha, fazendo com que Houtouwan fosse abandonada por quase todos os seus moradores (que foram buscar sustento em centros urbanos maiores da China, como Xangai, que fica a cerca de 70 quilômetros de distância).
Sem quase nenhum humano restante para fazer a manutenção da área, a natureza tomou conta.
Trepadeiras começaram a forrar as paredes e telhados das casas locais e, atualmente, muitas destas construções se encontram completamente cobertas por uma espessa camada verde.
As escadarias de pedras que serpenteiam entre as encostas da ilha também foram parcialmente tomadas.
E algumas das antigas vias de Houtouwan, por onde circulavam seus moradores, foram obstruídas por paredes de folhas.
Atração turística
A princípio, o domínio da natureza sobre Houtouwan foi um símbolo do declínio econômico da ilha de Shengshan.
Mais tarde, entretanto, esta característica acabou por reaquecer a economia local.
Isso porque, ao ter sua paisagem verdejante divulgada na China e no mundo, a vila fantasma começou a receber a visita de muitos turistas, que chegam ávidos para caminhar entre suas surreais vielas e casas abandonadas cercadas por colinas.
Mas, ao andar pela área, o visitante também se depara com o aspecto fantasma deste pedaço de terra, que poderia muito bem ser locação para filmes de terror.
Algumas das casas, hoje com tetos caídos e janelas e portas quebradas, ainda abrigam resquícios dos antigos moradores, como móveis e roupas que foram deixadas para trás.
Há alguns habitantes que, mesmo com o êxodo dos anos 1990, escolheram continuar vivendo na vila. E também existem antigos moradores que se mudaram para lugares próximos e que começaram a regressar periodicamente para Houtouwan para lucrar com os viajantes que apareceram por lá, trabalhando como guias e vendendo água para os forasteiros.
Grande parte dos turistas visita esta vila fantasma a partir da cidade de Xangai.
Do outro lado do mar, outro local fantasma
Também na Ásia, mais precisamente no Japão, existe mais um lugar fantasma rodeado pelo oceano e que é de interesse turístico.
Trata-se da ilha de Hashima, que foi abandonada nos anos 1970, quando uma mina de carvão que existia em seu território (e que empregava grande parte dos moradores locais) foi desativada.
Hashima, que tem 6,3 hectares e chegou a abrigar mais de 5.000 habitantes, é marcada por prédios cinzentos, que hoje se encontram em situação de abandono e apresentam um aspecto assustador.
Não à toa, seu apelido em japonês é Gunkanjima (a Ilha do Navio de Guerra), pois, vista de longe, com seus edifícios amontoados e cercados pelo oceano Pacífico, a ilha realmente lembra uma embarcação bélica.
Este lugar também virou atração turística e começou a ser visitado por viajantes a partir da cidade de Nagasaki.
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