"Airbnb" de piscinas chega ao Brasil e promete regras rígidas na pandemia
Só no Brasil existem cerca de três milhões de piscinas. Em uma nação de 211 milhões de habitantes, o número pode até soar discreto, mas suficiente para colocar o país na segunda posição na lista das maiores concentrações de piscinas residenciais do mundo (atrás apenas dos Estados Unidos), segundo a ANAPP (Associação Nacional das Empresas e Profissionais de Piscinas).
E se ainda não dá para ter uma piscina para chamar de sua, é só tocar na casa do vizinho.
Assim como já ocorre nos Estados Unidos desde o ano passado, o Brasil agora também tem uma plataforma de aluguel de piscinas particulares, chamada Dovizin (www.dovizin.com). Segundo a empresa, seu portfólio já conta com 33 opções em seis estados e o Distrito Federal (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco).
"A piscina é um bem que poucos têm acesso, mas muitos gostariam de usar. Por outro lado, é uma forma também de gerar renda para proprietários que acabam usando pouco suas próprias piscinas", diz Marcos Vieira, cofundador do serviço.
De acordo com sua estimativa, a ideia é chegar a duas mil piscinas cadastradas em todo o Brasil ainda em 2021. O projeto, inspirado em iniciativas nos EUA e na França, levou oito meses para sair do papel e virar realidade.
"Por conta da pandemia e da falta de opções de lazer, as pessoas procuram programas mais reservados e com mais segurança", completa.
Dos palcos para a piscina
Integrante de diversas bandas nacionais, o músico João Pompeu trocou os shows em casas lotadas pela piscina da própria casa.
Em tempos de restrições sanitárias, Pompeu encontrou na plataforma uma opção para garantir uma nova renda e, desde o início do ano, aluga a sua piscina em uma propriedade na Ilha da Gigoia, na Barra da Tijuca
"Eu era músico, agora eu sou anfitrião", brinca Pompeu.
"É mais fácil e mais seguro porque fica em uma área externa, e adoto medidas como a higienização em sete etapas, inspirada em protocolos de hotéis", explica.
Segundo Pompeu, a Ilha da Gigoia é um achado que quase ninguém conhece e fica perto do metrô, de onde saem os barcos que levam menos de um minuto até a propriedade.
Na sua opinião, a ideia de economia compartilhada veio para ficar.
"Não acho que seja passageiro, pois já estamos assim há mais de um ano nessa situação. Eu não conseguiria fechar as contas sem locar a casa ou a piscina", conta Pompeu, que já pensa em ampliar os serviços com a instalação de um pequeno SPA para sessões de massagem.
Recentemente, o engenheiro de computação Renato Prado foi um dos clientes que alugou a piscina do músico.
"Minha esposa e eu moramos em um apartamento, e buscamos um lugar legal para passar isolados. Não temos feito praticamente nada por conta da pandemia e não queríamos a aglomeração das praias", explica Prado, que alugou por cinco horas uma piscina de 6x3m e 1,50 m de profundidade. A opção escolhida pelo casal contava também com uma churrasqueira portátil, geladeira, mesa e um quintal.
Regras na pandemia
Nascida em tempos de coronavírus, a plataforma já chegou adaptada à nova realidade sanitária do Brasil.
Após escolher no site a unidade desejada, o cliente deve aguardar a aprovação do anfitrião para então prosseguir com os trâmites da reserva.
Procedimentos como check-in e check-out são todos feitos virtualmente, "o anfitrião no máximo abre a porta da casa", e cada aluguel deve ter um intervalo de pelo menos uma hora entre um e outro, a fim de dar tempo para a higienização das áreas comuns.
O protocolo inclui medidas básicas de segurança, como uso de máscara fora da piscina, distanciamento social entre hóspedes e anfitriões, e evitar o compartilhamento de objetos pessoais.
"É menos invasivo do que alugar uma casa inteira, pois os hóspedes só têm acesso à área externa da residência, onde muitas vezes o morador continua lá durante a estadia", analisa Vieira.
O aluguel para até 5 pessoas (que varia de R$ 20 a R$ 300 por hora) é exclusivo para uso da piscina e de áreas como banheiro externo, além de amenidades como churrasqueira, TV e até quadra, quando houver.
Assim como lembra o cofundador do serviço, a ideia da plataforma é disponibilizar a piscina do vizinho, daí o nome Dovizin. Mas nunca é demais avisar que não se tratam de espaços para pool party, muito menos para aglomerações.
"Uma das maneiras encontradas para criar um ambiente mais controlado foi limitar em 14 pessoas por reserva. A empresa criou também um sistema de reputação, onde anfitriões e hóspedes se avaliam ao final de cada reserva", tranquiliza Vieira.
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