Como um pet se torna cão-guia? Conheça as principais raças e o treinamento
A companhia de um cãozinho é sempre importante. Em algumas situações, chega a ser fundamental. É o caso da relação entre cães-guias e as pessoas com deficiência visual.
De acordo com o Pet Censo, há mais de 54 milhões de cachorros nas casas dos brasileiros. Mas, segundo o último censo do IBGE (2016), só 200 exercem a função de orientar os donos que necessitam.
Neste Dia Internacional do Cão-Guia, 28 de abril, conheça as curiosidades que Jade Petronilho, coordenadora de conteúdo veterinário da Petlove, contou sobre esses pets especiais.
Quais as raças mais frequentes
Labradores e Golden Retrievers são os mais requisitados para a tarefa. Afinal, são reconhecidos mundialmente pela inteligência e obediência, dois fatores essenciais para o "job". Cães que têm o cruzamento entre as duas raças também se saem bem.
Fora do Brasil é comum encontrar cães-guias que tenham cruzamento com o Poodle gigante, segundo cachorro mais inteligente do mundo. São os Labradoodles (Labrador com Poodle gigante) e os Goldendoodles (Golden com Poodle gigante).
Esses cães tendem a ser mais tranquilos e delicados, como o poodle, e resistentes aos treinamentos como o Golden e o Labrador".
Outra raça inteligente o suficiente para a função é o Pastor Alemão. Por ser considerado com "cara de mau", no entanto, seu serviço acaba sendo realizado junto da polícia, da cavalaria ou em fazendas.
Está se perguntando por que o Border Collie não está na lista mesmo sendo o mais esperto de todos? Jade explica que eles não são indicados para a missão: "muitos são extremamente ativos e rápidos em seus movimentos".
"Match" com o dono
Tanto o treinamento quanto a escolha do melhor cão-guia são realizados por profissionais. Como poucas organizações no Brasil fazem esse tipo de trabalho, há poucos cães-guias formados.
No Instituto Iris, um dos pioneiros no setor, os cachorrinhos enfrentam por três processos. Primeiro, passam pela socialização com famílias voluntárias que convivem com o cão e o ensinam a ter boas práticas com a ajuda de um instrutor.
A segunda fase é chamada de treinamento. Com um ano ou um ano e meio de idade, eles retornam para a escola e passam cerca de cinco meses sob a tutela de um especialista. Os cachorros aprendem a desviar de obstáculos, encontrar pontos de referência e a saber o que é direita e esquerda. Eles também praticam a "desobediência inteligente", que é quando um comando pode ser desobedecido caso haja um perigo.
No final, acontece a "instrução". Trata-se de um período de três a cinco semanas em que a pessoa com deficiência visual convive com o cão e o treinador para estreitar o vínculo. No Iris, os pets geralmente estão aptos para executar a função quando completam entre um e dois anos de idade.
Uma etapa extra acontece já no lar, quando o condutor aprende como se comunicar com o cão-guia e a cuidar da saúde do cão-guia.
De acordo com Jade, os especialistas costumam traçar um perfil para cada cachorro que passa pelo treinamento. Essas características são levadas em consideração para dizer se há uma compatibilidade entre o animal e a rotina e o temperamento da pessoa que necessita de ajuda. A ideia é fazer um "match".
O que fazer quando encontrar um cão-guia
Lembre-se de que os cachorrinhos treinados para orientar alguém não estão simplesmente passeando na rua, mas "trabalhando" a serviço de uma pessoa com deficiência visual. Por isso, quanto mais evitar distrações, melhor.
Antes de sair fazendo carinho, dando comida ou direcionando o pet para outro lugar, pergunte ao dono como ele se sente com essa interação. É ele quem deve dar comandos ao animal — e não você.
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