Clássicos, rústicos ou modernos, arranjos florais embelezam qualquer casa
Verdadeiros clássicos da decoração de interiores, os arranjos florais nunca saem de moda e dão o toque final na hora de criar ambientes com mais vida, cor e aconchego. Mas qual vaso escolher? Quais flores duram mais e como evitar o desperdício? Como montar composições infalíveis em releituras criativas dos arranjos tradicionais?
Questões como essas habitam a mente de quem quer decorar a casa com flores e não sabe por onde começar. Por isso, algumas dicas podem ajudar você a deixar a casa florida, perfumada e com muito mais vida.
Arranjos florais com memória
A criadora de conteúdo e produtora de objetos Natália Viana é conhecida nas redes sociais por seus arranjos perfeitos e fotos mais que inspiradoras. Em um perfil que leva flor até no nome, o @nataliavianaflor, ela compartilha suas criações cheias de cor e estilo.
Porém, nem só de beleza são construídos os arranjos de Natália. Eles contam ainda com uma boa dose de memória afetiva, com as lembranças que ela carrega da infância em Belém do Pará e da relação com o pai, um apaixonado por plantas e flores.
Formada em moda e estilista de uma marca própria, Natália mudou de carreira quando chegou a São Paulo e se perdeu — ou se encontrou — no caminho nas flores. "Quando parei de criar roupas, me apeguei com a fotografia e, como forma de compartilhar o que estava na minha mente, comecei a criar imagens com flores ou algum elemento natural em minhas produções"
Segundo ela, sua motivação para elaborar os arranjos é o saudosismo da sua terra natal e da família.
Minha maior inspiração é a saudade que tenho dos meus pais e das minhas memórias afetivas. Meus arranjos são como uma homenagem a eles e a todo o convívio pertinho da natureza que tive desde pequena, é uma forma de não esquecer das minhas raízes", conta.
Flores para o dia a dia
Natália diz que não é preciso investir tanto dinheiro em arranjos para o dia a dia e que é possível deixar a casa mais bonita até mesmo com uma única flor. "Dá para inserir flores no cotidiano aos poucos. Comecei comprando quase toda semana uma rosa ou uma gérbera e não costumava comprar maços, porque meu dinheiro era para aluguel, contas da casa e alimentação", conta.
Para quem quer apostar em arranjos mais baratos, Natália orienta procurar por Frésias, Cosmos, Gypsophila, Astromélia, Gérbera e Lisianthus que, segundo ela, dão efeitos muitos especiais em qualquer vaso.
"Sempre recomendo vasos ou potes de vidro, pois neste material as flores tendem a durar mais tempo. E é muito importante manter a água sempre limpa, trocando, no mínimo, a cada dois dias", explica.
Para os bules e jarras, a especialista indica, além das flores anteriores, os Antúrios, Dálias, Tulipas e Ranúnculos. "Estas flores são mais caras, mas se dão muito bem em jarros de barro, porque a água se mantém geladinha nesse tipo de recipiente", orienta.
E onde deixar os vasos com os arranjos florais? Natália explica que para qualquer composição, a dica é sempre posicionar o vaso com flores de corte longe da luz direta do sol e das correntes de ar. "Elas gostam mesmo é de um clima mais agradável com sombra", pontua.
Arranjos que cabem no orçamento
Para a estudante Eliane Souza, a sensação de ter uma casa viva é o que a motiva a ter arranjos florais espalhados por todos os cômodos. Para decorar com flores sem comprometer o orçamento, ela opta por flores do campo, como crisântemos e rosas, e pelas flores que colhe no próprio quintal. "Gosto dessas flores, pois tem boa durabilidade e preços acessíveis. Além disso, são fáceis de encontrar no supermercado", diz.
É essencial ter um arranjo floral em cima da mesa de jantar e, se sobrarem flores, espalho por onde der", conta a estudante.
Em seu perfil do Instagram, o @acasacoloridadaeliane, a estudante traz histórias curiosas sobre a sua relação com as flores em uma série intitulada "Crônicas Florísticas". Ali, conta, por exemplo, sobre a vez em que ainda criança recebeu parte de um maço de crisântemos de uma senhora, que dividiu suas próprias flores com ela. "Desde então, para mim as flores representam compartilhamento. É como se dividissem a beleza delas conosco".
Para os vasos, Eliane gosta de usar recipientes inusitados para desconstruir os arranjos clássicos.
Qualquer coisa pode ser usada como vaso: um copo bonito, uma cúpula de lustre antigo, um bule, uma lata de conserva ou, até mesmo, uma garrafa. As flores deixarão qualquer recipiente lindíssimo", afirma.
A estudante ainda dá a dica para quem tem quintal ou canteiros em casa: semear flores como Tagetes, Mosquitinhos, Dálias, Camomila ou Rosas. "Assim dá para colher suas próprias flores para os arranjos quando tiver dificuldade de encontrá-las".
Outra dica de Eliane é usar as flores murchas para alimentar as minhocas da composteira ou então produzir novos arranjos, mas desta vez com as espécies secas. "Mas para isso as flores precisam ser retiradas do arranjo antes de murcharem por completo. É só pendurar no varal para secarem e criar novas composições".
Para a casa e para a alma
A florista Marina Zerbatto Pierobon, a Naná, é tão apaixonada pelas flores e seus encantos que trocou a carreira em uma multinacional italiana na capital paulista para viver no interior rodeada de flores por todos os lados.
Naná mora em Holambra, a cidade das flores, e encontrou nas plantas a cura para problemas típicos do nosso tempo: insatisfação com o trabalho, crises de ansiedade e até o início de uma depressão.
"Minha família reside em Holambra e aos finais de semana eu sempre visitava e aproveitava para fazer cursos de design floral, de botânica e de tudo que envolvesse plantas. No início, minhas criações eram distribuídas entre amigos e familiares, mas no final de 2015 eu decidi sair do meu antigo trabalho e me mudar definitivamente em busca de uma vida um pouco mais tranquila".
Em suas criações, mostradas no perfil @la_da_nana, a florista vai além do óbvio e, além dos vasos tradicionais, aposta em composições inusitadas, seja pelos recipientes utilizados ou então pelo tipo de flor escolhida.
Com os chamados relicários botânicos, Naná aposta em arranjos confeccionados em cestarias, galhos e até vidros com tampa. "Para essas peças, uso muitas flores secas, conchas, sementes, folhas, respeitando o tempo natural de secagem e os ciclos de cada item utilizado", diz.
O uso das flores secas partiu de um incômodo, com o desperdício das flores que iam para o lixo depois de murchas. "As flores duram em média uma semana e o desperdício me incomodava muito. Comecei fazer alguns testes de como secar as flores e folhagens para tentar reduzir o descarte e com isso passei a produzir arranjos com flores secas, o que me possibilitou espalhar minhas criações por mais lugares".
Para montar seus arranjos arrebatadores, Naná aposta nas flores da época, frutas, sementes e na liberdade de seu processo criativo. "A inspiração pode vir de uma música, de acontecimentos do dia, de uma conversa, de algum sonho, de infinitas possibilidades".
E para quem quer um lar mais florido e perfumado, Naná dá a dica: optar pelas flores da estação, que estão no pico de produção, e tem geralmente preços mais acessíveis.
As flores trazem cor e vida e costumam vir acompanhadas de recordações das nossas avós, que sempre tinham uma pequena horta, samambaias, roseiras no jardim, uma paixão por orquídeas e violetas. É algo que vem da nossa ancestralidade e não temos como fugir", completa.
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