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Preta Gil fala sobre Carnaval, gordofobia e haters no "Botequim da Teresa"

Bruno Calixto

Colaboração para Nossa, do Rio de Janeiro

07/05/2021 09h00

Filha de Gilberto Gil, "sobrinha" de Caetano Veloso e Maria Bethânia, afilhada de Gal Costa e prima de Patrícia Pillar. Parente da nata da música popular brasileira e muito mais, Preta Gil é a "prima do Brasil", como define Teresa Cristina.

"Agradeço você pelas mulheres que você influencia, seu jeito de enxergar o mundo, o resumo do que a gente precisa fazer este ano para ter motivos para gargalhar", elogia a sambista, num papo reto com Preta no "Botequim da Teresa".

Eloquente, engraçadíssima, dona de uma inteligência verbal inalcançável, leonina e agradável de ter como companhia, Preta Gil iniciou sua participação no programa provando o famoso bolinho de feijoada do Aconchego Carioca e contando algumas das principais passagens da sua vida, incluindo uma fobia que atravessa a narrativa da sua trajetória musical.

Teve uma época que eu tinha medo de encontrar o público, vai que aquele cara que tinha me xingado de tudo que é nome na internet começasse a gritar: 'olha a gorda'"

Preta Gil é a convidada especial do "Botequim da Teresa" - Alex Santana - Alex Santana
Preta Gil é a convidada especial do "Botequim da Teresa"
Imagem: Alex Santana

De forma remota, a cantora participou do projeto e recebeu, em sua casa, uma porção do bolinho de feijoada do Aconchego Carioca, petisco que é um dos mais conhecidos do Rio. "Sou capaz de viver de comida de boteco, sou daquelas que no restaurante só pede as estradas por causa dos bolinhos."

Na última eleição para presidente, recorda a anfitriã Teresa Cristina, Preta Gil chamou a atenção do Brasil por ser cobrada por um posicionamento: "Como assim? 'Olha para minha vida, eu preciso dizer alguma coisa que não seja o óbvio?"

Muito antes disso, há 13 anos, Preta colocou seu bloco na rua e, para sua surpresa, virou assunto nos trends, de uma forma que ela não esperava.

O Bloco da Preta foi fundado em 2008 e estreou no ano seguinte com o nome 'A coisa tá Preta', mas recebi uma enxurrada de críticas e resolvi trocar o nome, o Bloco da Preta, porque Preta sou eu e pronto"

Preta Gil no comando do Bloco da Preta, no Ibirapuera, zona sul de São Paulo, em 2020 - Gabriela Burdmann/UOL - Gabriela Burdmann/UOL
Preta Gil no comando do Bloco da Preta, no Ibirapuera, zona sul de São Paulo, em 2020
Imagem: Gabriela Burdmann/UOL

Rainha do Carnaval

Esta é mais uma história narrada por Preta Gil, que, em 2007, foi rainha de bateria da Mangueira, "uma das maiores honras da minha vida", quando acabou meu reinado, foi um vazio tão grande, já tinham arrumado uma outra rainha".

Foi daí, da vontade de seguir adiante à frente da bateria e ocupar o vazio do destrono na Verde e Rosa, que a cantora iniciou sua incursão na agenda do carnaval de rua carioca, que este ano, como em grande parte do Brasil, não aconteceu.

Foi triste, mas era preciso focar na espera, a responsabilidade de se engajar no bem e pensar no próximo. Mais importante que o tema é a vida"

A relação entre Preta e Teresa foi impulsionada pelas lives da sambista.

"É muito bom ter motivo para conversar com a Preta, até porque qualquer bate-papo com ela pode começar sem motivo algum."

Samba, série e Teresa

O "Botequim da Teresa" vai ao ar todas as sextas-feiras, às 10 horas, no YouTube de Nossa (inscreva-se já para receber os lembretes), no site, no UOL Play e no Facebook de Nossa.

O programa é uma coprodução de Nossa, MOV, a plataforma de vídeo do UOL, e da 2291 Conteúdo. Ele foi gravado em janeiro seguindo todos os cuidados necessários recomendados pelas autoridades de saúde durante a gravação do programa, como testagem dos convidados e da equipe, uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social. Metade dos convidados foi recebida de forma presencial e a outra metade no formato remoto.