Pão feito na churrasqueira é receita "selvagem" para fazer sem pressa
Para fazer o pão a caçador não basta colocar a mão na massa. É preciso preparar o fogo. Comum no interior e em acampamentos de escoteiros, a receita dispensa o uso do forno convencional e aposta na churrasqueira ou no fogo de chão.
A massa simples (composta só de farinha, água, fermento e sal) é enrolada num galho e assada na brasa para formar uma crostinha chamuscada e com sabor defumado. O miolo, por sua vez, é fofinho.
A padeira goianiense Moema Machado foi a responsável por popularizar o pão entre os foodies, levando a especialidade a eventos de gastronomia e a cursos de panificação.
Ela explicou a Nossa que, embora a receita tenha um passo a passo, a improvisação é a lei na hora de montar a estrutura para assar o pão, seja no chão ou na churrasqueira.
Veja a receita completa clicando no link abaixo:
A ideia é fazer o fogo da forma mais primitiva possível e aproveitar a estrutura que o lugar te dá. Já fiz com galhos na praia e na beira de rio."
Para facilitar
Uma forma de provar a pedida sem ter tanto trabalho é aproveitando a churrasqueira e mudando o formato do pão.
Em vez de enrolar a massa num galho, forme discos chatos e coloque-os direto na grelha baixa, perto do fogo. Doure dos dois lados e, depois, afaste os discos da brasa subindo a grelha para esperar assar por completo.
Profissão: padeira
Ao completar 30 anos, Moema sacudiu a vida profissional que tinha construído até então. Formada em Design de Produto, ela estava há sete anos trabalhando na área administrativa de uma construtora.
"Era burocrático. Não estava realizada. Sempre gostei de cozinhar".
Nas empresas, costumava ser conhecida por alguma receita. Era Moema da torta de limão, Moema da empadinha..."
Nessa toada de mudança, tentou unir as habilidades como designer e a paixão pelo fogão com a confeitaria, área que exige um trabalho minucioso. Durante o curso profissionalizante, no entanto, foi surpreendida pela simplicidade da panificação.
Após alguns estágios e a venda informal de pães para conhecidos, Moema criou a Dona Padeira, que viria a ser reconhecida como a melhor padaria de Goiânia por publicações especializadas.
Ela aproveitou o prestígio para apresentar a curiosos cozinheiros pelo Brasil a fermentação natural, processo que retoma o princípio do pão e abre mão de conservantes e químicos, como o próprio fermento de potinho.
Luiz Américo [jornalista e especialista em pães] me chamava de padeira itinerante. Eu viajava de Norte a Sul para dar aulas."
Por conta desses trajetos, o "caderno de receitas" da padeira abriu espaço para o pão a caçador. "As pessoas me pediam para fazer pão nos eventos, mas sem os equipamentos o resultado não era o que eu gostaria. Percebi que estava fazendo o caminho inverno. Estava refém da tecnologia."
A proposta que Moema criou com ela mesma foi preparar o alimento do modo mais genuíno possível: com fogo.
Assim, nas mãos da padeira experiente, o pão dos escoteiros alcançou outro patamar e tornou-se indispensável até para os carnívoros frequentadores do Churrascada, evento internacional dedicado à grelha.
Simplesmente me apaixonei. Às vezes passava 10 horas sem parar assando o pão na brasa ao vivo".
Na pandemia, Moema reforçou a sua presença nas redes sociais e lançou o curso online "Do Fogo Ao Pão", que exalta os dois elementos em cinco aulas com história e receitas.
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