Coleção com 3 mil tênis e instalações de arte compõem o lar de Alê Jordão
Rebelde, irreverente, colecionador de arte e de tênis poderiam ser as primeiras palavras para explicar Alê Jordão. Mas a verdade é que o artista de 46 anos vive em revoluções internas e não se deixa rotular. No apartamento onde mora com a mulher e os filhos há sete anos, composições ousadas revelam um jeito livre de morar.
Em vez de decoração, ele prefere falar em instalações. Já na entrada um toldo na porta dá as boas-vindas e anuncia o clima urbano e descolado nos interiores. "O instalador bateu o pé que era uma coisa estranha, se eu tinha certeza que era para colocar ali", ri.
A seguir, obras de arte dele e de seus professores se misturam a grandes nomes mundiais. Há um pequeno quadro de Segall, outro de Basquiat, uma serigrafia de Andy Warhol e um Richard Serra. "Tenho um acervo legal", diz ele, que neste sábado abre mais uma exposição individual em São Paulo, na Galeria Choque Cultural, intitulada Free Hands. Nela, oito radiografias de suas mãos tomam grandes tapeçarias de mais de um metro.
Na biblioteca, uma pilha enorme de livros torna-se uma ironia, já que não é possível pinçar alguma obra sem derrubar tudo. "Sempre digo que a pessoa pode escolher um título e eu conto a história", conta, mantendo o ar saudável de deboche que permeia o apê.
Coleção ou instalação?
Entre os móveis, cadeiras de Joaquim Tenreiro, de Sergio Rodrigues e Martin Eisler. Mas é na chegada ao quarto que a surpresa maior vem: a coleção de tênis tem 3 mil pares, iniciada em 1994, é de cair o queixo.
"Sempre viajei muito e meu olhar era para a moda, a rua e o que acontece. Os tênis já foram meu passaporte para muitas experiências, fiz escambo com alguns e até conheci a rainha da Suécia com um deles, simplesmente pelas conexões que eles me trazem", conta.
Meu apartamento é um mundo de Fellini. Tem tantos detalhes e cores que logo se pensa que não é feito por decorador, e sim um lugar para entrar em uma experiência"
Na vida e na arte, Alê é um cara de misturas corajosas, sem medo de que algumas coisas não façam sentido. "Nada de fazer um cantinho clássico, isso não teria minha cara. O clássico se mesclaria ao punk, ao neon e outras rebeldias. Aqui sou eu agradando minhas histórias", conta. E elas são muitas: uma mesa da série Car Never Die, com capôs de carros abandonados na rua, e mais diversões que os amigos dos filhos dele amam, ao mesmo tempo que se chocam - e quando isso acontece, missão cumprida.
Dicas do Alê para ter uma casa mais descolada
- Ousadia sempre. "Quando estamos numa galeria, é tudo branco com arte e isso pode ser chato. Ouse: às vezes é preciso misturar as coisas sem combinar muito mesmo. Veja se a decoração tem seu estilo. Tenha atitude e assuma certas coisas que você gosta."
- Luz. "Amo neon, na minha sala ele cria um clima. Mas ele precisa fazer sentido onde entra. Um lustre daria um sentido totalmente diferente, então penso bastante nisso na hora de misturar elementos."
- Impacto sem medo. "Não se preocupe, nem tudo deve ter função em casa. Coloquei um toldo em cima do hall do elevador só para gerar impacto em quem chega. A gente precisa sair da casinha se quiser personalidade."
- Cor e arte. "Use cores que você gosta e invista em obras de arte. Esteja antenado, conheça artistas, galerias e aposte em bons nomes. Conviver com arte é uma grande terapia. Mas para isso é preciso investir em conhecimento e em vestir a sua casa."
O que me inspira
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