Romulo Estrela sobre explorar feminilidade: "Nunca tive problema com isso"
"Eu tenho a vaidade no lugar do cuidado. Não deixo extrapolar isso", diz Romulo Estrela. Aos 37 anos, o ator não hesita em listar os cuidados com a beleza que tem no dia a dia — desde o uso diário do protetor solar até a dose de vitamina C no rosto, como exemplificou ter feito poucos minutos antes da entrevista com Nossa.
"Quando eu me olho no espelho, gosto de me sentir bem", argumenta ele durante a conversa, enquanto se autoavalia. "Me considero um cara supernovo, mas não é como nos 20 (risos)".
O embaixador da nova fragrância Arbo Botanic, do Boticário, confessa que nem sempre esteve tão conectado ao universo da beleza. O trabalho em frente às câmeras, como atualmente, enquanto grava a segunda temporada de "Verdades Secretas", foi o responsável por esse empurrão.
"Isso acabou se tornando algo mais rotineiro. Hoje, eu cuido e hidrato a pele. Inclusive limpo sempre que chego em casa", detalha. "Se a gente não tem esse cuidado, na hora que acaba toda essa dinâmica [do trabalho com a maquiagem], a conta acaba alta demais."
Enquanto há algum tempo a maquiagem ainda vista como exclusiva do universo feminino, hoje as marcas e influenciadores mostram que o caminho não é exclusivamente esse. E para Romulo, não é diferente.
Quando questionado sobre barreiras que os homens ainda têm em explorar a própria feminilidade, seja por meio da moda ou da beleza, o ator reforça a importância de uma reflexão acerca da chamada "masculinidade saudável", em meio a tantos tabus ainda presentes.
"Nunca tive problema com isso", diz. "Quem sofre somos nós mesmos, os homens. Temos muitas barreiras, é a nossa realidade, considerando que ainda vivemos em um país extremamente preconceituoso, homofóbico e machista. Essas coisas sempre foram e infelizmente ainda são um problema."
Fico feliz toda vez que vejo um homem falando de masculinidade em um lugar saudável. Se eu puder contribuir de alguma forma, com meus exemplos, já estou feliz."
A casa na pandemia
Nascido em São Luís do Maranhão, Romulo passou por São Paulo e, atualmente, mora no Rio de Janeiro com a esposa, Nilma, e o filho Theo, de 5 anos: "A dinâmica mudou, assim como para todo mundo. Na minha família, trabalho ou com a minha própria casa."
"Tive que desenvolver um olhar para as mudanças e entender quais são as coisas que realmente me satisfazem", questiona. "Falo de um lugar privilegiado, mas a pandemia veio nesse ponto, de se colocar e sair do que é cômodo e confortável em relação a tudo que está a nossa volta."
O grande x dessa questão toda é: que relação eu tenho com a minha vida? Eu deixo de aproveitar coisas que realmente fazem sentido?".
Sobre a relação com a casa, especificamente, bastam poucos minutos no perfil do ator no Instagram para notar que ele integra o time dos urban jungles. As plantas na decoração, que aparecem como plano de fundo nos registros, foram uma das ferramentas encontrada por ele para se conectar com a natureza — incluindo árvores frutíferas, como jabuticabeiras e jaqueiras, em seu quintal.
"Eu diria que essa é uma tendência futura, sabe?", declara. "As pessoas vão ser adeptas do conceito de 'casa útero', em que os lugares onde moramos têm o que é essencial e nos faz bem, atendendo as nossas necessidades."
A relação com a natureza é onde a gente consegue recarregar nossa energia. Se conectar com nossa essência. É tudo é muito acolhedor."
Já no ambiente interior, a cozinha foi onde Romulo encontrou outro lugar para conectar-se a si mesmo — embora não tenha substituído integralmente as sessões de terapia, as quais ele insiste em reforçar a importância.
"Aproveitei o tempo para me testar cozinhando", conta. "Teve uma hora em que fui para a cozinha e acabei relaxando totalmente".
Entre os carros-chefes do ator, ele inclui desde uma carbonara, aperfeiçoada durante o confinamento, até as pizzas de frigideira. Ambos ele considera "modéstia à parte, bem bons".
"Gosto muito de cozinhar. Arroz, feijão, massas. Tudo", completa ele, citando a importância da família neste hobby. "Quando eu mudei para o Rio, minha mãe me ajudou muito. Ela tem uma participação enorme na minha vida. Me ensinou desde lavar o frango até prepará-lo."
Tudo o que minha mãe me ensinou fez — e ainda faz — muita diferença na minha vida."
Por fim, enquanto se descobre na cozinha e procura uma vida mais próxima da natureza, Romulo pretende seguir alguns passos que já vem dando. Preferencialmente, com os pés cada vez mais no chão.
"Ainda vivo distante da natureza, afastado dessas belezas", conclui. "Vivemos em um tempo tão conectado e veloz, que a gente se conecta com as máquinas e ficamos imersos nisso tudo. Mas a gente não pode esquecer que, estar perto da natureza, acaba se tornando um privilégio."
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