Airbnb pagou US$ 7 mi a vítima de estupro para evitar processo, diz jornal
O Airbnb pagou US$ 7 milhões a uma mulher vítima de estupro em um apartamento alugado através da plataforma, em Nova York, para evitar um processo na justiça. O caso ocorrido em 2016 foi revelado hoje em uma reportagem da Bloomberg. O valor seria um dos mais altos já pagos pela plataforma em acordos com clientes.
O estupro aconteceu em Manhattan, perto da Times Square, nas primeiras horas do dia 1º de janeiro de 2016. A vítima, uma australiana de 29 anos que não foi identificada, havia alugado o local com vários amigos, mas retornou sozinha de uma festa. Quando chegou ao apartamento, havia um homem lá dentro.
Após o abuso, ele fugiu com o celular da vítima, que conseguiu falar com os amigos e chamar a polícia. O agressor foi detido pelos policiais no mesmo dia e com ele foram encontrados o celular da vítima, um molho de chaves — que seria do apartamento alugado — e uma faca, arma utilizada para ameaçar a mulher.
O suspeito, Junior Lee, de 24 anos, se declarou inocente e ainda espera julgamento. Ainda não se sabe como ele conseguiu uma cópia das chaves do local.
Segundo a Bloomberg, o acordo feito entre o Arirbnb e a mulher a impede de culpar ou processar a plataforma ou o dono do apartamento pelo ocorrido.
O esforço para evitar que os casos cheguem à mídia e até os tribunais, segundo a reportagem é grande e incluiu nomes de peso para gerenciar crises da marca, entre eles, Nick Shapiro, ex-conselheiro do Conselho de Segurança Nacional do ex-presidente Barack Obama e ex-vice-chefe de gabinete da Agência Central de Inteligência.
"Isso me trouxe de volta à sensação de enfrentar questões verdadeiramente horríveis na sala de situação da Casa Branca", disse Shapiro à Bloomberg sobre o caso de estupro.
A empresa, no entanto, nega que as vítimas de episódios como esse sejam proibidas de comentar o assunto. "Em casos de agressão sexual, nos acordos firmados, as vítimas podem falar livremente sobre suas experiências. Isso inclui o caso de Nova York", afirmou o porta-voz do Airbnb, Ben Breit, em email ao New York Post.
Na época do caso, o governo de Nova York e o Airbnb travavam uma batalha para liberar o serviço no estado. Isso porque legislação local não permite alugar um imóvel por menos de 30 dias de estadia. Chris Lehane, chefe de política global e comunicações da Airbnb, diz que o acordo foi uma forma de proteger a reputação da empresa e evitar um processo.
Estima-se que anualmente a empresa gaste US$ 50 milhões para pagar os hóspedes em acordos legais ou para cobrir danos às casas dos anfitriões.
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