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Alcatraz da Itália: ilha antes tomada por "criminosos" quer atrair turistas

Ilha de Santo Stefano - Getty Images
Ilha de Santo Stefano
Imagem: Getty Images

De Nossa

16/06/2021 09h57

Entre Roma e Nápoles, Santo Stefano é uma ilha vulcânica na Itália abandonada há décadas. Há quase 60 anos, o local era considerado a "Alcatraz italiana", em referência à prisão de segurança máxima localizada na Ilha de Alcatraz no meio da Baía de São Francisco, nos EUA.

A ilha italiana era o lar de uma prisão em funcionamento, onde criminosos, dissidentes políticos, bandidos e anarquistas eram mantidos. Agora, o governo local pretende transformar a região em uma atração turística.

Para estimular o turismo na região de Ventotene, as autoridades afirmaram que desembolsarão cerca de US$ 86 milhões, aproximadamente R$ 433 milhões, para dar vida nova à ilha, que atualmente é o destino apenas para mergulhadores, pescadores e poucos visitantes que se aventuram na mata.

Atualmente, apenas algumas visitas guiadas dão as boas-vindas aos visitantes da prisão e suas ruínas.

Ilha de Santo Stefano - Getty Images - Getty Images
Ilha de Santo Stefano
Imagem: Getty Images

O plano é criar um museu ao ar livre, além de oferecer um centro acadêmico e oficinas de arte e seminários sobre a União Europeia, informa uma reportagem da "CNN". Alguns edifícios e áreas serão restaurados com suas funções originais, enquanto outros serviriam para um uso completamente novo.

A renovação centra-se em contar a história da dor sofrida nesta prisão, preservando este lugar simbólico de memória mas olhando para o futuro."
Silvia Costa, comissária do governo encarregada pela reforma, à "CNN"

De acordo com a "CNN", a reforma deve ser concluída até 2025, quando os viajantes poderão voltar a entrar na ilha.

A história de Santo Stefano

Registros da prisão de Santo Stefano -  Alessandra Benedetti/Corbis via Getty Images -  Alessandra Benedetti/Corbis via Getty Images
Registro da prisão de Santo Stefano
Imagem: Alessandra Benedetti/Corbis via Getty Images

A penitenciária de Santo Stefano foi concluída e inaugurada em 1795, de acordo com o Atlas Obscura. A prisão de 99 células funcionava sob liderança estrita e centralizada, enquanto as punições eram severas e a comida escassa, relata a "CNN".

Durante o regime fascista da Itália, de 1922 a 1943, o local foi usada paro dissidentes políticos como Sandro Pertini, que mais tarde se tornaria o presidente da Itália

Registros informam que entre os presos estavam o escritor e político Luigi Settembrini, o bandido Carmine Crocco, o anarquista Gaetano Bresci e o bandido Sante Pollastri.

Registros da prisão de Santo Stefano - Alessandra Benedetti/Corbis via Getty Images - Alessandra Benedetti/Corbis via Getty Images
Registro da prisão de Santo Stefano
Imagem: Alessandra Benedetti/Corbis via Getty Images

Nos anos 1950, o diretor da prisão Eugenio Perucatti, revitalizou o local. Além de oferecer lojas de artesanato, comandadas pelos prisioneiros como reabilitação, foram construídos também um campo de futebol, jardins e uma sala de cinema.

A prisão foi fechada em 1965 e, desde então, está abandonada.