Ronaldo Fraga abre SPFW: "É importante reverenciar os verdadeiros 'mitos'"
Ronaldo Fraga foi o responsável por abrir o São Paulo Fashion Week hoje com a coleção "Terra de Gigantes". O fio condutor do trabalho do estilista é a cultura do Cariri Cearense, inspirado nos Museus Orgânicos, projeto desenvolvido pelo Sesc Ceará em parceria com a Fundação Casa Grande. No ano passado, Ronaldo resgatou a carreira de Zuzu Angel para a edição de 25 anos do SPFW.
Confeccionada a partir de uma única base de tecido 100% linho, a coleção traz muitos bordados e poucas estampas — ao contrário do que se espera do trabalho do estilista —, dando lugar a uma explosão de cores em referência ao multicolorido Cariri Cearense.
Lançado em 2018, os Museus Orgânicos permitem um contato direto com o próprio mestre, suas tradições, família e histórias. As casas e oficinas dos artesãos são abertas ao público, revelando memórias, afetos, fotografias, vestimentas, objetos, enfim, tudo aquilo que permeia o cotidiano daqueles que transmitem o saber popular, nas mais diversas formas da arte.
Com o propósito de fortalecer a área da moda e a cultura local, o Sistema Fecomércio Ceará proporciona vivências reais para os alunos, promovendo também os aspectos turísticos, sociais e econômicos do Estado.
"É importante reverenciar os verdadeiros mitos", diz Ronaldo em um dos trechos do fashion film que abriu o SPFW.
Na entrevista após a apresentação da coleção "Terra de Gigantes", Ronaldo refletiu sobre o poder da moda para falar sobre os tempos atuais em que vivemos.
"Essa coleção vem de encontro em um momento para falar de um Brasil que existe e insiste, mas ele também deslumbra, que é o Cariri Cearense", diz.
Para o estilista, é hora de lançar luz sobre o assunto "Todas as minhas coleções são políticas. O ato de vestir é político. Só que nessa coleção é um político poético".
É um manifesto poético e politico. Isso é bom porque de poesia eles não entendem".
A importância da moda na pandemia
Ronaldo Fraga destaca ainda dois erros na moda, em sua opinião: "pegar roupas do passado ou adivinhar o futuro".
"O mais dificil é falar de agora, de hoje", reflete o estilista. "Nessa coleção, precisamos de um ponto de respiro, de oxigênio para reinventar esse país. Se a moda pode ser o vetor, ela vai ocupar um papel de extrema importância".
O mineiro reforça, por fim, a importância de que jovens designers se aprofundem na cultura brasileira para suas coleções, "em vez de reclamar que a Prada está lançando uma sandália" — em referência ao calçado de couro, lançado pela grife, para a coleção de Verão 2020.
"A moda criativa, nunca vão tirar da gente", completa. "Porque ela tem a ver com a cultura e a história de um país. Isso nunca vão poder tirar da gente."
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