Conheça a história das catacumbas de Roma, que hoje são pontos turísticos
Em Roma, sob o solo que sustenta maravilhas como o Coliseu, a Fontana di Trevi e a Piazza Navona, existe um conjunto de catacumbas que promete surpreender o mais viajado dos turistas. São espaços subterrâneos com quase 2.000 anos de história que abrigam as tumbas de algumas das primeiras gerações de pessoas convertidas ao cristianismo.
No começo da era cristã, perseguidos pelo Império Romano, estes fiéis não tinham seus próprios cemitérios em Roma — e acabavam enterrados junto com outras pessoas que não compartilhavam da mesma fé.
Para fugir desta situação, adeptos do cristianismo começaram a colocar seus familiares mortos em galerias subterrâneas exclusivas, em áreas que cresceram exponencialmente com o tempo.
E, ao percorrer estas catacumbas nos dias de hoje, o público se sente em uma expedição de arqueologia: as galerias são úmidas, às vezes estreitas e, com seus escuros corredores milenares de pedra. Nelas, há obras de arte e os sepulcros de personagens importantes dos primeiros tempos da era cristã.
A seguir, conheça alguns destes locais que merecem a visita na Cidade Eterna.
Catacombe di San Callisto
Aproximadamente 500 mil cristãos (entre eles 16 papas e muitos mártires que foram mortos por terem se convertido ao cristianismo) foram sepultados nestas catacumbas, classificadas como um dos maiores e mais importantes cemitérios subterrâneos de Roma.
Com uma história que remonta ao século 2 d.C., elas fazem parte de um complexo de galerias sepulcrais com quase 20 quilômetros de extensão, quatro níveis e que chegam a mais de 20 metros de profundidade.
O espaço mais importante deste local é uma cripta onde foram sepultados nove papas (e que é chamada de "Pequeno Vaticano").
As inscrições originais dos nomes de cinco destes líderes cristãos ainda podem ser vistas nas paredes do espaço.
Outro ponto de interesse é a estátua que representa a mulher cristã martirizada no século 3 d.C. e que virou a famosa Santa Cecília.
Seus restos mortais ficaram por muito tempo nas Catacombe di San Callisto (www.catacombesancallisto.it/en/index.php) antes de serem transferidos para uma igreja na região de Trastevere, na própria Roma (templo que foi batizado, em italiano, de Basilica di Santa Cecilia in Trastevere).
A estátua marca o local do antigo sepulcro da santa e está cercada por resquícios pinturas e mosaicos com mais de 1.000 anos.
Já ao longo de outros espaços destas catacumbas, é possível admirar afrescos que datam do começo do século 3 d.C., alguns deles representando os sacramentos do batismo e da eucaristia.
Em diversas áreas deste mundo subterrâneo, é interessantíssimo também notar a presença de alguns dos primeiros símbolos adotados pelo cristianismo em Roma, que aparecem gravados sobre as paredes e as tumbas locais.
Entre eles, por exemplo, estão as imagens de alfa e ômega, a primeira e última letra do alfabeto grego — que, neste contexto, expressam que Cristo que está no começo e no fim de todas as coisas.
Mais catacumbas
Com uma história que remonta ao ano de 120 d.C., as Catacombe di Domitilla (www.catacombedomitilla.it/en), por exemplo, são famosas pelos seus afrescos — e que, apesar de milenares, estão em ótimo estado de preservação.
O local é formado por galerias embaixo da terra que se espalham por aproximadamente 17 quilômetros e onde há cerca de 150 mil sepulturas, além de abrigar uma basílica parcialmente subterrânea construída no final do século 4 d.C.
Ganharam sepultura aqui, por exemplo, Nereu e Aquilles, dois soldados romanos que se converteram ao cristianismo, foram martirizados pelo Império Romano e, posteriormente, foram santificados.
As Catacombe dei SS. Marcellino e Pietro (www.santimarcellinoepietro.it/english/), por sua vez, têm uma história que remonta ao século 3 d.C. e foram locais de sepultamento de membros de famílias abastadas que se converteram ao cristianismo naqueles primeiros tempos da era cristã.
As catacumbas chegam a 16 metros de profundidade e têm galerias que se espalham por uma área de 18 mil m². Entre os grandes atrativos do local estão afrescos lindíssimos, que foram restaurados recentemente.
E as Catacombe di Sant'Agnese (www.santagnese.org/catacombe.htm) têm este nome porque marcam o local do sepultamento da hoje venerada Santa Inês.
Cuidados na pandemia
A administração das catacumbas de Roma informa estar tomando diversos cuidados sanitários durante as visitas turísticas, por causa da pandemia.
Neste momento, o número de pessoas que podem acessar estes locais está mais limitado para evitar multidões e todos devem usar máscara. Antes da entrada, a temperatura dos visitantes é medida: pessoas com febre têm seu ingresso recusado.
Já enquanto caminham pelos ambientes fechados das catacumbas, os turistas são orientados a ficar a pelo menos um metro uns dos outros.
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