1° "chef celebridade" ganha documentário e festeja profissão popularizada
Em tempos de MasterChef e canais recheados de programas de gastronomia, "chef-celebridade" é um termo comum para falar de profissionais que estão à frente da cozinha de restaurantes e, ao mesmo tempo, das câmeras de TV. Mas nem sempre foi assim.
O primeiro cozinheiro a receber o título nos Estados Unidos foi austríaco Wolfgang Puck. É isso o que dizem os entrevistados do documentário "Wolfgang", recém-lançado na plataforma Disney+, em homenagem à vida e à carreira do profissional.
Dono de um império com mais de 50 negócios de gastronomia, o chef que tem a vida retratada ao longo dos 78 minutos de filme tornou-se uma verdadeira marca.
Em entrevista coletiva, Puck revelou que não entende o porquê inaugurou a palavra "chef-celebridade" já que Julia Child, autora de livros de culinária, fez sucesso na TV antes dele.
Mas fato é que, depois de suas aparições em rede nacional no "Good Morning America", da ABC, o cozinheiro abriu caminho para que outros profissionais da área fossem considerados estrelas.
A Nossa, ele disse que vê com bons olhos a popularização da gastronomia na TV e essa nova possibilidade de unir fama e cozinha.
"Quando eu cheguei nos Estados Unidos, nos anos 1970, se você falasse que queria ser um chef iam falar que você estava louco. Hoje em dia, por conta dos programas e das competições, conseguimos atrair para a cozinha pessoas jovens, com boa educação e que realmente querer fazer isso".
Puck ressalta que, apesar da profissão ser mais aceita, o caminho ainda é árduo: "muita gente começa a trabalhar e, ao perceber que não chega à televisão e nem abre o seu próprio restaurante após dois anos, fica desapontada".
As pessoas acham que a jornada só tem dois passos. Mas se você quiser ir para o sexto andar e ver a vista lá de cima, vai precisar dar muitos passos. Por causa do computador e das mídias sociais, ninguém mais tem paciência."
Os outros lados da história
No documentário, o próprio Puck mostra as dificuldades que enfrentou na trajetória até se tornar queridinho dos famosos de Hollywood, como a dificuldade para conciliar vida profissional e pessoal e a saída de casa aos 14 anos para aprender gastronomia na França.
"Queria que as pessoas soubessem que adversidades sempre aparecem no caminho. Falo detalhes sobre a minha infância. Não tive um padrasto fácil. Ele falava que eu não era bom em nada".
Às vezes é o desespero que faz você continuar".
Os trunfos começaram quando chegou aos Estados Unidos, ainda jovem, e propôs levar o frescor da cozinha francesa para os pratos americanos do Ma Maison, em Los Angeles.
O restaurante que estava caidinho à época ferveu de público e passou a ser considerado o símbolo de uma nova forma estadunidense de se alimentar. O movimento, que passava longe dos industrializados, ficou conhecido como "California cuisine".
Os holofotes se viraram definitivamente para Puck ao inaugurar a sua própria casa. Chamado de Spago, o lugar atraiu estrelas de Hollywood nos anos 1980 e lançou a moda da "cozinha aberta".
Num projeto arquitetônico pensado pela ex-mulher Barbara Lazaroff, o restaurante fez do ação dos cozinheiros uma apresentação ao público.
Além de tornar-se uma estrela de TV, com diversos programas, Puck teve seu rosto estampado em produtos de supermercados, como pizzas congeladas, e levou seus pratos para grandes eventos, como as edições do Oscar.
Mais detalhes da história estão no filme documentário produzido pelo 'streaming' Disney Plus e dirigido por David Gelb, conhecido pelas obras audiovisuais "Jiro Dreams of Sushi" e "Chef's Table", da Netflix.
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