Visto permite viagem e trabalho fora. Veja regras e relatos de viajantes
Morar fora do país parece um sonho muito distante para muitas pessoas, mas o visto Working Holiday Visa (WHV) pode ser a solução para quem quer fazer um intercâmbio fora do país e ainda ganhar dinheiro
Esse tipo de visto é um acordo entre o governo brasileiro com alguns países para que jovens possam ter uma vivência internacional, principalmente na Europa. E como é permitido trabalhar, as condições financeiras ficam bem mais tranquilas para uma viagem fora do Brasil.
Atualmente os países parceiros são: Alemanha, França e Nova Zelândia. De acordo com as regras de cada país, o Working Holiday Visa permite que você trabalhe e estude por um período determinado, normalmente a validade de até 12 meses dependendo do país, com possibilidades de estender o visto.
A lista com toda a documentação e os requisitos para receber o visto estão no site do Itamaraty (https://concordia.itamaraty.gov.br). Porém, o ideal é que o interessado entre em contato com o consulado do país no qual deseja trabalhar.
Como funciona
Para ser aprovado, não é preciso estar matriculado em uma instituição de ensino. Com isso, é possível ter a liberdade de trabalhar uma carga horária — que também é imposta de acordo com cada país.
Nem sempre é exigida fluência mínima no idioma do destino, porém é uma recomendação.
Importante: a aprovação do visto não garante o emprego automaticamente, então o próprio jovem é quem deve buscar o trabalho quando chegar à cidade. E caso decida não trabalhar enquanto estiver sob o visto, não é obrigado, por isso a maioria dos países pede a comprovação financeira.
O processo para aprovação do visto não é burocrático, e pode ter em torno de 20 dias úteis a partir do momento em que são enviadas a inscrição e documentação junto ao consulado do país no Brasil.
O visto só pode ser aplicado uma vez durante a sua vida, e não impede de aplicar em países diferentes. Cada país tem suas regras, e até mesmo um número limitado de vagas ao ano que são concedidas, na Nova Zelândia, apenas 300 vistos desse tipo são concedidos ao ano.
Quem já passou pela experiência
É o caso do carioca Nícolas Guerra (@mochilek), 28 anos, formado na Marinha Mercante e que depois de uma viagem ao mundo conhecendo mais de 24 países fez aplicou o seu primeiro visto em 2019, e foi morar na França durante um ano.
"Depois da volta ao mundo, eu voltei pro Brasil sem grana e sem emprego. Não foi fácil me adaptar, afinal, meu primeiro e único emprego até então tinha sido ganhando muito dinheiro embarcado na Marinha Mercante", conta.
Foi quando, no início de 2018, ele descobriu o novo visto entre Brasil e França. "Cheguei a trabalhar durante 8 meses no aeroporto do Rio de Janeiro para conseguir ganhar dinheiro para viajar. Consegui o visto, e cheguei em Paris em dezembro de 2019", diz.
Antes de chegar em Paris, ele enviou seu currículo para muitos hotéis da cidade, e quando chegou, logo fui para sua primeira entrevista, e na semana seguinte já começou a trabalhar como recepcionista de noite em um hotel.
O começo não foi muito fácil. Aprendi o francês no trabalho e com as pessoas. Mas era um emprego que eu recebia o salário de 1600 euros, e a experiência foi tão incrível que possibilitou que hoje eu desse aulas particulares de francês", declara.
Já a psicóloga e viajante Camila Ramos (@camimochileira), 26, acabou de chegar de sua viagem para a Alemanha, onde passou um ano morando no interior do país com o visto de trabalho e férias.
"Uma amiga tinha me falado desse visto, e aí eu consegui ser aprovada para Alemanha, poucos meses antes da pandemia porém só consegui marcar em meio a pandemia", afirma
Apesar de ter a vantagem de ter seu namorado no país, que poderia ajudar com os custos, por conta da pandemia havia poucas ofertas de emprego. Além disso, na maioria das vagas era obrigatório falar o básico do alemão, e como Camila não falava o idioma e não muito o inglês, acabou perdendo muita oportunidade de ganhar dinheiro por lá.
"No meu visto, eram permitidos somente pequenos trabalhos de quatro horas ao dia", relembra Camila, que chegava a ganhar 10 euros nos pequenos trabalhos que executou como motorista em uma fazenda, um mercado de Natal e depois como entregadora de jornais nas ruas.
Acho que o meu maior aprendizado foi sair da minha zona de conforto para aprender um novo idioma e saber lidar com outra cultura, e aprender a ser imigrante em outro país. Ter uma vida na Alemanha, e falar com os alemães valeu muito a pena".
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