Cuidados com pets no inverno vão além de cobertor e envolvem até skin care
Os cuidados com cães e gatos durante o inverno devem ir muito além do guarda-roupa e das preocupações apenas com caminhas e cobertores. Os tutores precisam estar atentos também à alimentação, banho, aglomerações com outros pets e até mesmo skin care na estação mais fria e seca do ano.
Para os cães que permanecem em quintais, o recomendado é que tenham uma casinha fechada com cobertor. Já dentro das casas e apartamentos, a preocupação acaba sendo menor, mas vai depender muito da raça.
Os cães da raça whippet, dachshund, fox paulistinha, que têm o pelinho mais curto e são de climas mais quentes, por exemplo, sentem muito frio. Já os golden, são bernardo, lhasa e shitsu sentem menos frio, mas de qualquer maneira temos de protegê-los com uma caminha, um cobertor e um ambiente especial dentro de casa.
Com os filhotinhos e cães mais idosos, os cuidados devem ser redobrados. "Filhotes, que são os animais com 3, 4, 5 meses, perdem muito calor, não mantêm a temperatura e podem realmente morrer de frio. Animais velhinhos também", explica Marcelo Quinzani, diretor clínico da rede PetCare unidade Morumbi.
Para os gatinhos que têm acesso ao quintal e dormem fora de casa, uma boa ideia é colocar tocas como caixas de papelão, por exemplo, com cobertores para que eles não fiquem expostos ao frio.
Vanessa Zimbres, da Clínica Gato é Gente Boa, de Itu, porém, recomenda que, durante essa época do ano, os gatos sejam mantidos dentro de casa e, na medida do possível, em uma temperatura entre 15 e 20 graus para os felinos adultos e por volta dos 25 graus para os filhotes ou velhinhos.
Em teoria, os gatos se sentem mais confortáveis em temperaturas entre 30 e 36 graus, por isso eles sempre deitam em lugares mais quentinhos. Mas manter essa temperatura é bem complicado."
A veterinária também afirma que apesar de alguns felinos gostarem de dormir embaixo dos cobertores, outros não toleram. "O melhor, se possível, é apostar em um aquecedor de ambiente. Se o gatinho aceitar, usar roupinhas também é uma boa opção", diz.
Ar seco também é questão
Com o frio, o ar fica mais seco e poluído, o que pode provocar irritação nas vias aéreas e olhos dos bichinhos. Por isso, a dica de Quinzani é que os tutores tenham umidificadores pela casa além de fazer inalações e limpar os olhos dos pets para evitar episódios de conjuntivite.
"É uma época de muita queimada e fumaça no Brasil inteiro. Isso causa irritação nas vias aéreas e olhos, o que pode ocasionar doenças respiratórias e dificuldade de respirar. O mesmo vale para os cães mais velhinhos, que já têm a lubrificação das vias aéreas prejudicada. Nessa época do ano, eles sentem bem mais."
Nada de aglomeração
Evitar aglomerações e ambientes fechados é outra dica para manter os pets saudáveis durante a estação mais fria do ano.
Em hotelzinho ou creche, geralmente ficam mais em ambientes fechados porque está frio então causa aglomeração e vai favorecer a disseminação de doenças infecciosas como a cinomose e a gripe dos cães ou tosse dos cães", explica Quinzani.
Em relação aos gatos, valem os mesmos cuidados com a diferença de que a doença transmitida é o complexo respiratório felino, causada por um conjunto de vírus e bactérias que provocam a gripe dos gatos e, por consequência, conjuntivite ou rinite, de acordo com o veterinário da PetCare, às vezes até uma pneumonia, mais comum em filhotes.
Pele em dia
É também nesta época do ano que a pele dos pets, assim como a dos humanos, fica muito mais ressecada e, no caso deles, mais suscetível a poeira e ácaros, fatores desencadeantes de coceiras e alergias.
É positivo deixá-los expostos ao sol mas, ao mesmo tempo, preocupar-se com um verdadeiro skin care,
É importante como hidratar a pele dos cães todos os dias e também usar protetores solares próprios para animais", diz Salua Carolina Cataneo, dermatologista veterinária e gerente de produtos da Soft Care, da Pet Society.
Para os gatinhos, a recomendação de hidratação é maior ainda, já que eles ficam expostos ao sol durante mais tempo. A veterinária ressalta que se devem aplicar, nos felinos, produtos que secam e sejam absorvidos rapidamente.
Banho sim, mas com cuidados
Ao contrário do que muita gente pensa, os cãezinhos não precisam parar de tomar banho no inverno. O tutor deve ficar atento principalmente aos aparelhos de secagem nos petshops e certificar-se de que o doguinho não ficará exposto ao frio.
Deve-se tomar cuidado com a temperatura da água do banho, que precisa ser de morna a quente, mas principalmente com o tempo que o animalzinho permanecerá úmido porque é isso que vai interferir em uma possível queda de imunidade.
É importante, também, certificar-se de que o serviço de banho e tosa possua um aparelho de secagem com qualidade para que os pets não fiquem expostos ao frio, explica o diretor clínico da rede Dr.Hato, René Passos.
Olho na roupinha
Sinal principal de que o seu melhor amigo está mesmo sentindo frio é que ele passa a encostar-se mais nos humanos, então as roupinhas podem ser uma opção no caso de o pet não ser alérgico ao tecido.
Além disso, as peças mantêm tudo abafado com mais possibilidade de proliferação de bactérias e de fazer mais nós nos pelos.
Se vai usar roupinha, é preciso escovar todos os dias", diz Salua.
Menu especial
Quanto a alimentação, existe uma tendência à transferência de hábitos dos tutores aos seus melhores amigos. Porém, fornecer aos pets mais alimentos durante a época mais fria do ano pode ocasionar problemas como sobrepeso e até mesmo a obesidade em um curto espaço de tempo.
Grande parte dos cães e gatos que têm lar permanece em áreas internas, aquecido com camas, mantas e até roupinhas e dificilmente saem na rua para exercícios intensos, o que contribui para que mantenham a temperatura corporal estável. Com isso, o organismo não gasta mais energia para mantê-lo aquecido
Como não há aumento no gasto energético, não há motivo para repor energia com mais calorias, muito menos para que o animal sinta mais fome. Portanto, o tutor não deve oferecer alimento a mais", afirma Flavio Silva, mestre em nutrição de cães e gatos e supervisor de capacitação técnico-científica da PremierPet.
O especialista também recomenda que seja mantida uma rotina de alimentação com horários fixos e que o tutor não deixe o alimento disponível por mais de 15 minutos a cada refeição. "Se o animal não comer, retire a vasilha", diz.
Outra dica é não substituir os alimentos por petiscos, que devem representar no máximo 10% das calorias diárias indicadas para a idade e o porte do animal, e jamais oferecer restos da alimentação humana.
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