Cachorro ou gato que se lambe em excesso pode estar doente ou estressado
O hábito de lamber-se é natural entre cães e gatos — mais ainda no caso dos felinos que fazem a autolimpeza através das lambidas. O excesso, porém, pode desencadear um comportamento compulsivo e é sinal de que algo não vai bem física ou mentalmente com o pet.
"A gente percebe que passou do ponto e caracteriza o excesso quando o gato começa a ter algumas falhas de pelo, no local da lambedura, e no caso do cão, aparecem algumas feridas pelo excesso de lambidas. Então, sem querer, ele começa a se mutilar", explica a veterinária comportamental da Seres/Petz, Katia De Martino.
O primeiro passo é descartar a hipótese de uma doença de pele que provoque no bichinho o hábito de lamber-se para aliviar a coceira. É importante, também, analisar se o animal sofre com alguma alergia alimentar.
Muito além da limpeza
De acordo com a veterinária Thais Santana Sousa, especialista em felinos, os gatos são animais extremamente limpos e realmente fazem a autolimpeza através das lambidas. Porém, também utilizam a prática para aliviar o estresse.
Há casos em que eles têm a barriga, que é a região onde mais alcançam, totalmente pelada. Isso significa que há lambedura em excesso e é preciso entrar com tratamento."
As lambidas dos gatinhos também podem indicar que eles sentem dor na região afetada. "Estou tratando uma gata que tinha dor nas costas. É impressionante ver as falhas no pelo antes do tratamento. Agora, depois de medicada, ela está totalmente peluda novamente. Então, o ideal é prestar bastante atenção nisso", diz Thais.
Outro sintoma da lambedura em excesso entre os felinos são os episódios de vômitos constantes, já que eles começam a engolir pelos em demasia. "Outra providência que sempre indico aos tutores é que se faça um bom controle de pulgas", indica.
Problema comportamental
Eliminada a possibilidade ou se mesmo após tratado o problema físico pontual, o cão ou o gato persistirem no comportamento de lamberem-se compulsivamente, a questão parte para o campo comportamental.
Katia aponta que a falta de atividade física deixa o cachorro entediado, o que acaba fazendo com que ele desconte na pata ou na cauda. Já no caso dos gatos, pode ser também um problema comportamental, mas de alteração do ambiente (um novo animal em casa, por exemplo).
Para os cãezinhos, após um tratamento com medicamentos como antibióticos, antifúngicos, xampus e outros que controlem possíveis infecções, o ideal é investir em um trabalho voltado à parte mental.
Automaticamente e gradativamente, isso pode se tornar um problema de compulsão, e é preciso evitar. Assim, sempre trabalhamos uma forma de melhorar o mental desse cão para que ele sinta-se menos estressado e pare de se automutilar", ensina a veterinária comportamental.
Logo, o indicado é muito exercício e atividade física que resolvam o problema comportamental não só dos cães, mas dos gatos também.
"É preciso fazer bastante enriquecimento ambiental e passeios para que eles possam realizar trabalhos das espécies como correr, brincar, farejar e perseguir", diz.
Para os tutores de gatos, as ações podem incluir caixas, prateleiras e arranhadores. "Sempre peço para que os tutores de gatos façam um enriquecimento de ambiente com esses itens sempre no alto. Disponibilizar aquelas caixas de esconderijos já ajuda bastante", explica Thais.
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