Neve no Brasil: como é fazer turismo na cidade mais fria do país
Em uma jornada de motorhome pelo Brasil que começou em agosto do ano passado, o casal paulista Lucas Sampaio e Maíra Reis (@adiantes) já viu de tudo, das dunas do Jalapão (TO) às pinturas rupestres da Serra da Capivara (PI), passando pelas cavernas do Parque Estadual de Terra Ronca (GO) e cachoeiras da Chapada das Mesas (MA).
E, no fim do último mês de junho, eles tiveram uma experiência rara no território brasileiro: fizeram turismo sob neve no sul do país.
"Estávamos em Santa Catarina e, certo dia, soubemos que havia chance de nevar na área dos municípios de Urubici, Urupema e São Joaquim, cidades da região serrana do Estado", conta Lucas. "Resolvemos ir até lá para conferir".
O casal, então, se dirigiu para Urupema, que pleiteia o título de cidade mais fria do país. E o deslocamento valeu a pena.
"No primeiro dia após a chegada a Urupema, levamos o carro até um lugar chamado Morro das Antenas [também chamado de Morro das Torres], que oferece visão de 360 graus para a região. E, lá, vimos o vento trazendo neve com uma intensidade muito forte, em rajadas", relata Lucas. "Mas o solo ainda não estava ficando branco".
Após um pernoite dentro do motorhome na área do Morro das Antenas, os dois desceram para o centro de Urupema, passaram o dia na cidade sem voltar a ver neve caindo, mas, à noite, veio o presente:
Fomos dormir e, de madrugada, a Maíra me acordou. Estava tudo nevado em volta do carro. Deu para admirar a neve caindo bem devagar e se acumulando em cima do veículo, da rua, da praça e dos arbustos, exatamente como a gente vê nos filmes", lembra Lucas.
E o casal, logicamente, esqueceu o sono e foi passear pelas paisagens alvas ao seu redor, mesmo com a temperatura congelante. "A Maíra me acordou por volta das duas e meia da manhã. E ficamos na rua até quase quatro da manhã vendo a neve cair".
"Era quase outra cidade"
Após esta madrugada, Urupema surgiu sob a luz do dia como se fosse o cenário de um conto de fadas.
Nos arredores do motorhome de Lucas e Maíra, araucárias e as simpáticas casinhas da cidade estavam forrados de branco.
"Com a chegada do dia, pudemos ver todo o cenário com clareza. Estava tudo coberto com uma neve espessa. E o branco contrastava com o verde das araucárias e com as cores dos carros", diz Lucas.
O frio extremo, entretanto, gerou perrengues para o casal. Durante seu trajeto pela região de Urupema, o termômetro do motorhome chegou a marcar -7ºC.
Perrengues abaixo de zero
Após atravessar a noite no Morro das Antenas, por exemplo, o veículo dos viajantes demorou para funcionar na manhã seguinte. "O carro não ligava. E muitas das portas estavam congeladas e não abriam. O motorhome virou um cubo de gelo. E tivemos que fazer o veículo pegar no tranco".
Outro problema foi fugir do frio. Durante a viagem pelo Brasil, os dois costumam dormir em uma barraca que é montada no teto do veículo. Mas, na cidade catarinense, tiveram que se mudar para dentro do carro, onde há também espaço para deitar e passar a noite.
Mesmo assim, a baixíssima temperatura afetou o interior do motorhome.
Temos isolamento térmico e sacos de dormir, mas, dentro do veículo, também ficou frio. Nossa garrafa de água de cinco litros congelou durante a madrugada. E os meus tênis grudaram no chão do carro", conta Lucas.
E o casal sentiu que algumas de suas vestimentas invernais não foram suficientes para tal ambiente. "A gente usou várias camadas de roupas, mas sentimos muito frio nas extremidades do corpo, como os dedos do pé", descreve.
Entre os planos futuros está, em breve, dirigir até a Patagônia e ir até o Alasca. "Nesta viagem a Urupema, percebemos que teremos que estar mais bem preparados para enfrentar lugares de temperaturas muito baixas. Vamos fazer algumas adapções no carro e em nossas roupas", conclui.
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