Feromônios podem ajudar a acalmar cães e gatos, mas não são solução mágica
Estresse, ansiedade e outros problemas psicológicos, principalmente durante o último ano, interferiram na vida e no emocional de muita gente. Com os pets, não é diferente e, assim como nos humanos, as alterações comportamentais podem desencadear doenças.
É por isso que o uso de feromônios sintéticos tem sido a opção dos veterinários como tratamento de quadros nervosos desencadeados pelos mais diversos motivos, de adaptação de um filhote ou pet novo em um ambiente à uma mudança na rotina.
O que são
Os feromônios sintéticos imitam os que os próprios animais produzem e, por isso, trazem uma forma de bem-estar para um determinado ambiente ou situação de estresse.
São substâncias produzidas por nós, seres vivos, e liberadas no meio ambiente no desempenho da função comunicativa. E, segundo a veterinária comportamental, Katia De Martino, estes são capazes de alterar o comportamento dos indivíduos receptores.
Cada animal tem o seu. Para os gatos, os feromônios são análogos ao odor facial dos felinos. Já no caso dos cães, ao odor materno, como explica Nathalia Fleming, gerente de produtos da CEVA, fabricante dos hormônios sintéticos no Brasil.
Adianta mesmo?
A música Thaís Gonçalves Rizzo, 34 anos, e a esposa Rafaela Gabani, 37 anos, que é fotógrafa, têm três cachorrinhas que sempre conviveram muito bem. Porém, há três anos, duas delas, Mani e Xamã, uma SRD e uma schnauser, começaram a apresentar problemas comportamentais que acabavam em brigas.
Por orientação de uma adestradora, além de vários treinos com reforço positivo, o casal também optou por coleiras Adaptil (feromônio) como complemento.
Rafaela diz que as brigas melhoraram, mas acha que o conjunto dos tratamentos é o que tem resolvido o problema.
Além das coleiras, os feromônios também são comercializados em forma de difusor e spray. Em todas as formas, a recomendação do fabricante é que o uso seja diário por no mínimo 30 dias e que faça parte de uma ação conjunta, exatamente como fizeram Thaís e Rafaela com as cachorrinhas.
A veterinária comportamentalista explica que no caso das brigas entre as cachorras, além da coleira de feromônio, são utilizados medicamentos e técnicas de manejo ambiental. "Trata-se de um coadjuvante no processo de melhora dos quadros de comportamento."
Quando não resolve
A psicóloga Denise Gomes Lima, 50 anos, tem dois exemplos de utilização dos feromônios com gatos, mas em um deles não teve sucesso com o tratamento. Com seis gatinhos em casa, ela tentou utilizar quando adotou a quinta gatinha, Isis.
"Fiz a adaptação aos poucos e mesmo assim uma das gatinhas não aceitou a nova. Utilizei o feromônio em forma de difusor, na tomada, mas não adiantou. Elas continuaram a brigar e até hoje têm de conviver separadamente".
Katia explica que é preciso entender o contexto em que as brigas acontecem e os motivos.
Em alguns casos, o feromônio não vai fazer absolutamente nada. Precisamos entender o que se passa na cabeça dessa tutora, a logística, o contexto, mudar a forma de manejo entre as gatinhas e usar o feromônio como adjuvante."
Em outro momento, quando disponibilizou sua residência como lar temporário para uma gatinha e seus filhotes, a psicóloga também utilizou a feromônio terapia para acalmar a gatinha, estressada ao "perder" os filhotes adotados.
"Eram seis filhotes ao todo e em um dia só saíram três. Ela ficou triste, estressada, mas acalmou-se em algumas horas após o contato com o difusor do feromônio. Neste caso, funcionou", conta Denise.
Como usar
O produto direcionado para gatos está há 25 anos no mercado e o indicado para cães, 15 anos. Os preços variam de acordo com cada apresentação e podem ser encontrados a partir de R$ 230.
Não colocar o difusor próximo a correntes de circulação de ar, espalhar mais de um pelo ambiente respeitando a metragem recomendada, manter o uso contínuo sem retirar da tomada por algumas horas ou durante a noite e preocupar-se com o enriquecimento ambiental em caso de residências com muitos animais estão entre as recomendações de uso.
Também deve-se entender que nada substitui a paciência e carinho com os pets.
Cada animal é único e possui sua própria personalidade e características. Entender isso e garantir seu bem-estar é parte fundamental da posse responsável", diz Nathalia Fleming.
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