Portugal avalia redução de restrições à entrada de brasileiros no país
Portugal e Brasil negociam reduções nas restrições para a entrada de viajantes brasileiros no país europeu, anunciou ontem (4) o ministro de Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva.
"Iniciamos um trabalho conjunto com as autoridades brasileiras para ver em que condições e quando é que podemos aligeirar algumas das restrições que hoje impendem sobre passageiros que chegam a Portugal provenientes do Brasil", explicou o ministro em entrevista coletiva acompanhada pela RTP, emissora pública de rádio e tevê do país.
Atualmente, cidadãos brasileiros só podem entrar em Portugal se conseguirem provar que têm laços familiares, profissionais, humanitários ou acadêmicos com o país. Na chegada, é necessário apresentar um teste RT-PCR negativo para a covid-19 e cumprir a quarentena obrigatória de 14 dias.
Augusto Santos Silva afirmou que a avaliação das restrições serão feitas conforme a situação da pandemia evoluir em cada um dos países. Ao lado do chefe da diplomacia espanhola, José Manuel Albares, ele afirmou que as diferenças de critérios entre Portugal e Espanha para o reconhecimento de vacinas contra a covid-19 também serão levadas em consideração para o relaxamento das restrições.
"Foi esse trabalho que começou no passado dia 30 de julho, entre Portugal e o Brasil, e que continuará depois de férias", anunciou. Atualmente, a Espanha reconhece todas as vacinas aprovadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde), o que inclui imunizantes de origem chinesa, como a Coronavac, e indiana, como é o caso da AstraZeneca-Covishield, importada pelo Brasil.
Já Portugal segue as orientações da Agência Europeia de Medicamentos, que deu sua aprovação apenas às vacinas da Pfizer/BioNTech, AstraZeneca-Vaxzeveria (produzida no Reino Unido), Moderna e Janssen.
Em visita à São Paulo no sábado, o presidente português Marcelo Rebelo Sousa teria sinalizado a jornalistas e membros da comunidade luso-brasileira que "a solução ótima" seria o reconhecimento das vacinas por acordo entre os dois países, segundo o jornal português Observador.
Ele ainda ponderou que teria que ver "em que termos, respeitando as regras da União Europeia" se consegue que "quer brasileiros quer portugueses vacinados possam entrar no mesmo regime das vacinas até agora reconhecidas na Europa" para dispensar a quarentena dos viajantes.
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