Com novas cores e formas, velas viram item queridinho de décor na pandemia
As velas estão diferentes. Antes usadas para iluminar, perfumar ou criar um clima para relaxar, agora elas assumem mais uma função e viram itens de decoração, com formas e cores lindas: só não vale ter pena de acender.
Quem é ligado em tendência e rola o feed do Instagram já deve ter sido fisgado pelo algoritmo mostrando algum modelo de vela que mais parece uma escultura e, realmente, em meio à pandemia, a tendência está em alta. Tem até clube de assinatura para receber velas mensalmente.
Os modelos têm preços variados e custam a partir de R$ 15,00. Quanto mais elaborado, mais caro. Os adereços ganharam destaque principalmente no último ano, quando surgiram diversas lojas do nicho, justamente durante o tempo em que as pessoas mais ficaram em casa. Em comum, a produção costuma ser bastante artesanal.
Ganha-pão na pandemia
O casal Júlia Dutra, de 28, e André Felipe, de 27 anos, começou, em dezembro de 2020, a investir na ideia de velas diferentonas, depois que André perdeu o emprego por conta da pandemia de covid-19.
"Eu trabalho com isso há bastante tempo, fabricava para uma empresa que fazia velas para eventos, como casamentos e formaturas. Com a pandemia, a fábrica fechou e um amigo me deu a ideia de fazer velas", conta.
A dica do amigo foi certeira e a loja Alya Velas (@alyavelas) está crescendo.
"A gente começou pensando em vender para o Natal, aqui em Londrina. Depois, ganhamos visibilidade no Instagram. Hoje já temos clientes de Norte a Sul", conta Júlia, que é professora e ajuda o marido na produção.
A inspiração para as velas vem das redes. "Eu fiz uma pesquisa para ver o que a decoração tem mostrado, fui olhando Pinterest, revistas, vendo cores de tendências Pantone, porque a ideia era começar com produtos diferentes", diz André, que, hoje, já tem uma renda maior do que a que tinha no antigo emprego.
Desde o começo da pandemia a gente está mais em casa e isso fez com que a gente olhasse mais pro ambiente em que a gente mora, para tudo que está à sua volta, querendo um ambiente mais bonito", acredita André.
Hype da casa acolhedora
Natália Corteze, de 22 anos, é dona da Fio Velas (@fiovelas), marca que também nasceu na pandemia, em junho do ano passado. Ela, que é de Porto Alegre, estudava jornalismo e estava desempregada.
Eu não era muito ligada em velas, até que comecei a gostar e comprei algumas, pesquisei e e vi várias na gringa com formas, fui procurando no Brasil e não achei, aí percebi que poderia fazer", diz.
Então, ela comprou esculturas, fez os moldes de silicone e começou a fazer, para si mesma. "No começo, foi muito estresse, porque as velas são temperamentais, e às vezes resolvem dar errado", brinca,
Todas as velas da Fio Velas são ultra perfumadas. "Tenho essa pira por cheiro e as velas são muito elogiadas por isso, além das formas. Acho que o hype tem a ver com estar mais em casa, querer ter uma casa mais aconchegante, um ambiente mais agradável", diz ela, que hoje vive unicamente da renda de sua marca.
Velas por assinatura
Nathalia Lessa, de 35 anos, tinha uma marca de roupas, mas não queria mais trabalhar com moda. Lançou, em outubro do ano passado, a Maria Nuvem (@marianuvem_). "A ideia inicial era colocar tudo que eu gosto de fazer com as mãos. Para mim, o trabalho manual tem um lugar de cura, de se conhecer. Então, eu comecei com as cerâmicas e com o tingimento natural de roupas", conta.
Últimos itens a entrar no catálogo, as velas hoje são o carro chefe da marca. "Eu sempre usei velas de maneira ritual, gosto de acender para tomar banho, ler do lado da cama, fazer uma jantinha", conta ela.
A questão é que as velas são tão bonitas que os clientes começaram a dizer que tinham pena de acender. Então, Natália criou um clube de assinatura, que custa entre R$ 126 por quatro velas e mais uma surpresa e R$ 259, por seis velas e mais uma cerâmica.
"Criei o clube para que as pessoas usem as velas. A Maria Nuvem nasceu do meu processo de autoconhecimento e quero estimular a criatividade dos clientes também. Gosto de transformar objetos inusitados em velas", diz ela, que busca inspiração em tudo: pedras, legumes, frutas e o que mais puder se transformar em vela.
A produtora cultural Marina Ferriane assina o clube. "É a alegria do mês quando chega a caixa. Eu não gosto de iluminação muito forte, então sempre uso vela. Quando eu descobri as da Maria Nuvem, adorei, e, recebendo todo mês não fico com pena de usar, diz ela", que assina o pacote mais básico.
A seleção é muito linda e tem o elemento decorativo mesmo depois que já queimaram, porque viram uma obra de arte quando usadas", afirma.
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