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Bacon está mesmo banido na Califórnia? Entenda como nova lei afeta pratos

O prato de bacon e ovos, parte do café amanhã tradicional americano, será mesmo afetado pela nova legislação? - Getty Images/iStockphoto
O prato de bacon e ovos, parte do café amanhã tradicional americano, será mesmo afetado pela nova legislação? Imagem: Getty Images/iStockphoto

De Nossa

09/08/2021 14h47

A proposta 12, uma nova lei que entra em vigor na Califórnia partir de janeiro de 2022, deixou o mercado de restaurantes, além de apaixonados por bacon, em alerta por todo o estado americano — e fora dele, já que turistas seriam impactados pela medida.

Categorizado como 'veto' e 'possível fim' do quitute pela imprensa local e veículos de peso internacional como a agência Associated Press, o texto não proíbe a produção nem o consumo do derivado de porco. Então, por que causou preocupação? Entenda:

O que diz a nova lei

Também conhecida como "Iniciativa de Confinamento dos Animais de Fazenda", a proposta 12 regulamenta espaços maiores para vivência e circulação de cada porco, bezerro ou galinha criados com o intuito de consumo alimentício no estado.

A medida então tem como objetivo dar condições de vida mais saudáveis e dignas aos animais que, criados muito próximos uns aos outros, podem se tornar violentos, adquirir doenças, entre outros problemas.

Esta ideia foi aprovada com expressivo apoio popular — 62,66% dos californianos votaram a favor dela, segundo o site especializado Food52.

Como a proposta impacta o bacon no prato?

Os californianos conhecem e discutem o projeto desde 2018, então ele não é exatamente novidade. Sua aprovação, no entanto, exige que criadores ajustem as dependências em que mantêm seus animais nesses quatro meses até a entrada em vigor da lei.

Atualmente, ainda de acordo com o Food52, apenas 4% das fazendas e criadouros na região se encaixam na metragem e outras condições mínimas de vida estipuladas pelo texto.

Especialistas e donos de restaurantes, no entanto, temem que a maioria dos criadores não consigam se adaptar até janeiro. Barry Goodwin, economista da North Carolina State University, estimou à AP que os custos por animal se tornariam 15% maiores para um fazendeiro com uma propriedade de mil porcos, um aumento expressivo diante da economia já difícil durante a pandemia.

Se a previsão se confirmar, boa parte das carnes de porco e bezerro, além dos ovos, poderiam sumir das prateleiras dos mercados, que não poderiam comprar de quem não estivesse regulamentado.

Caso metade do abastecimento de carne de porco fosse perdido na Califórnia, os preços subiriam 60% para quem conseguisse lançar mão do produto, avaliou o Hatamiya Group, uma empresa de consultoria contratada pelos opositores da nova lei, em dados obtidos pela AP.

O resultado deste cenário seria bacon mais caro e mais escasso. Mas, para que ele se concretize, é preciso primeiro supor que desde a aprovação do texto em 2018, com apoio popular, os agropecuaristas da região não se movimentaram para fazer os ajustes necessários em seus criadouros.

Outros 13 estados americanos — Arizona, Colorado, Florida, Kentucky, Maine, Massachusetts, Michigan, Nevada, Ohio, Oregon, Rhode Island, Utah, e Washington — ajustaram suas legislações nos últimos anos para garantir melhores condições de criação aos animais e o consumo destes produtos se manteve, apontou o Food52.