Exames de covid-19 chegam a custar cinco vezes mais que voos na Europa
Testes de covid-19 obrigatórios para entrada nos países europeus têm pesado no bolso dos turistas, especialmente os residentes do continente. Segundo estimativa do jornal britânico "Daily Mail", o preço pago pelos exames chega a ser cinco vezes o de uma passagem aérea para um voo entre o Reino Unido e a Espanha.
O principal motivo para a discrepância nos valores seria o imposto que incide sobre os testes. Na terra da rainha, um exame do tipo PCR custa £93 (cerca de R$ 668, em cotação de hoje) realizado nos centros aprovados pelo governo. Já uma passagem entre Leicestershire, no interior inglês, e Barcelona pela companhia Ryanair no período de 24 e 27 de agosto sai por £18 (R$ 129). Para um percurso entre Londres e Madrid, o exame é quatro vezes mais caro do que a passagem.
Se o destino era Berlim, Budapeste ou Faro, no Algarve, o teste custa o dobro do ticket aéreo.
No Reino Unido, viajantes já totalmente vacinados precisam fazer, obrigatoriamente, um PCR dois dias após a chegada de um país estrangeiro, seja da lista verde ou laranja. O sistema de cores determina o estágio da pandemia em cada país, sendo verde sob controle — o que dispensa o viajante de quarentena — e laranja, "em atenção", com necessidade de quarentena.
Já os turistas que não estão completamente vacinados ainda precisam realizar um segundo PCR 8 dias após a chegada. Todos, independente de vacinação, devem fazer o exame antes de embarcar o avião de volta para casa, o que torna a viagem ainda mais cara.
O parlamentar Henry Smith, que encomendou os estudos publicados pelo jornal sobre o impacto econômico das testagens, afirmou ao Mail: "Estes números mostram que os exames para as viagens internacionais se tornaram mais do que apenas uma taxa extra para viajar, eles se tornam um enorme desestímulo [para o turismo]. Quando o custo das testagens pode ser maior que o preço de uma passagem, está claro que o atual sistema não serve ao seu propósito e precisa de reforma urgente para evitar que os custos sejam estes roubos que estamos vendo".
Ele acredita que os viajantes deveriam ser autorizados a apresentar apenas testes rápidos mais baratos e um PCR de maior qualidade apenas quando o primeiro exame fosse positivo. No entanto, de acordo com um estudo encomendado pelo Departamento de Saúde e Cuidados Sociais do Reino Unido em dezembro de 2020, a cada 10 pessoas que testassem positivo para a covid-19 com um PCR, apenas 4 seriam diagnosticadas também por um teste rápido.
Sir Graham Brady, outro parlamentar britânico, afirmou ao Daily Mail que "o número de testes exigidos e seus preços exorbitantes podem transformar as férias em um privilégio de ricos no Reino Unido".
"É injusto com as famílias de renda média e arrisca destruir a nossa bem-sucedida indústria de viagens", acredita. Outros ministros do governo britânico insistem que os PCRs não são apenas mais seguros, como também podem ser usados para sequenciar novas variantes do vírus. O serviço de saúde pública do país, NHS (o SUS da terra da rainha), no entanto, tem sequenciado apenas 5% das amostras.
Grécia e Itália regulam os preços de seus PCRs, enquanto na França eles estão disponíveis gratuitamente para os cidadãos. Outros países europeus eliminaram os impostos das testagens.
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