Celular derruba avião? Para que servem as medidas de segurança a bordo
"Senhores passageiros deixem os aparelhos eletrônicos desligados ou no modo avião". A famosa frase dita pelos comissários faz parte das medidas de segurança adotadas em quase todos os voos.
Fumar a bordo também é terminantemente proibido e tem um motivo. Em 1973, um avião da empresa Varig, que fazia o trajeto do Rio de Janeiro para o aeroporto de Orly, em Paris, pegou fogo depois que um passageiro jogou uma bituca de cigarro na lixeira do banheiro da aeronave, provocando um incêndio de grandes proporções.
Na época, o piloto precisou fazer um pouso forçado em uma área rural e 123 pessoas morreram.
Foi depois desse acidente que ficou proibido fumar nos lavatórios", afirma Shailon Ian, engenheiro aeronáutico e CEO da Vinci Aeronáutica.
Embora o incidente tenha causado alerta internacional, no Brasil o uso de produtos fumígenos e outros derivados do tabaco só ficaram proibidos nas aeronaves em 1996.
Além dessas recomendações, há ainda outras iniciativas que visam a segurança dos voos e dos passageiros. Explicamos cada uma abaixo e por que é tão importante segui-las.
Celular no modo avião
A recomendação para evitar o uso desse aparelho e de outros não é feita em todos os voos. De acordo Ian, geralmente nos aviões mais antigos é que o usuário precisa deixar o telefone desligado ou em modo avião.
Isso ocorre devido às ondas eletromagnéticas, que são emitidas pelo aparelho móvel, e podem provocar interferência nos instrumentos da aeronave. "Tem essa recomendação quando o avião não tem uma certificação para uso do celular", diz o engenheiro aeronáutico.
Embora não haja casos registrados que um celular provocou a queda de uma aeronave, o engenheiro ressalta que é melhor não arriscar e seguir as ordens dos tripulantes.
Fumar a bordo
Como falado, acender qualquer tipo de cigarro pode provocar incêndios. Além disso, as aeronaves possuem detector de fumaça, o que impede que passageiros fumem escondido no banheiro e em outros lugares, evitando acidentes graves, como o da década de 70.
Cadeiras na posição vertical
A medida é pensada no bem-estar e segurança do passageiro em caso de acidentes. Segundo Ian, a maioria das intercorrências aéreas ocorrem nos pousos e decolagens. Como é a fase com menor velocidade e menor altitude, essa é a chance de o passageiro ficar vivo.
Quando a cadeira está reclinada, pode dificultar a saída e acesso das demais pessoas para correr, levantar e até se abaixar.
Máscaras primeiro em você
Quando o comissário de bordo avisa que em casos de despressurização, o indivíduo deve colocar a máscara primeiro nele e depois em crianças ou em uma pessoa com menor compreensão, ela está procurando deixar o passageiro consciente para ajudar os demais a não ficarem em perigo.
Por isso, em casos de acidente, certifique-se que sua máscara está colocada de maneira correta e depois ajude os que não conseguem fazer sozinho.
Janelas abertas
Geralmente, os voos que ocorrem de manhã são feitos com as janelas abertas, para que o passageiro se acostume com a claridade e, em caso de acidente, esteja habituado a sair de forma rápida, mesmo com o sol.
"Permite que os olhos já estejam acostumados. Também facilita que tanto o passageiro quanto os comissários possam ver o que está ocorrendo do lado de fora na decolagem, pouso e voo", explica Alvimar de Lucena, engenheiro aeronáutico pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).
Se o voo ocorre à noite, os comissários desligam as luzes para acostumar a visão com a penumbra, facilitando que o usuário fique em contato com a escuridão e, se houver algum acidente, saiba como sair diante daquela situação adversa.
Bandejas e mesinhas recolhidas
Elas precisam estar sempre fechadas durante pousos e decolagens. Isso porque, caso haja algum acidente e os passageiros precisem sair rapidamente, será mais fácil para todos.
"Quando elas não estão recolhidas, elas podem atrapalhar ou impedir que as pessoas consigam fugir", conclui Lucena, que também atua como investigador de acidentes aéreos.
Fios e cabos recolhidos
É sempre importante tirar da tomada ou plug USB, cabos e outros aparelhos durante os pousos e decolagens. Deixar um fio solto no meio do caminho pode impedir a fuga e causar ainda mais acidentes.
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