De parapente, homem faz imagens incríveis em voo de 80 km pelo céu de SP
Quando criança, o médico veterinário e empresário Geraldo Neto sonhava em ganhar os céus e voar. Hoje, aos 42, ele conseguiu realizar seu maior desejo e vem se especializando em viagens de longa distância: partiu em um parapente da recém-inaugurada rampa da Casa de Pedra, em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo, para alçar voo num percurso inédito de 80 km até Ubatuba, no litoral. O vídeo documentando a façanha vem fazendo sucesso no Facebook e já foi visto mais de 12 mil vezes.
Nascido e criado na cidade de Lorena, no Vale do Paraíba, Geraldo contou ao UOL que a vontade de voar praticamente nasceu com ele. Quando criança, gostava de ficar observando os pássaros, aviões e helicópteros. Saber como podiam voar era, para ele, um enigma. "Mas eu ficava pensando comigo mesmo: 'um dia vou voar que nem os pássaros'. E ficava me imaginando acima das nuvens, num voo livre".
Um sonho difícil de realizar por quem sempre teve medo de altura. O temor só foi vencido há três anos, em seu primeiro voo, acompanhado do instrutor. "Passei muito tempo lendo, pesquisando, estudando sobre os parapentes (ou paragliders) antes de decidir me lançar em voo. Eu era ciclista, me dedicava ao esporte. Mas desde que voei pela primeira vez, decidi que não ia mais parar".
Na semana passada, ele realizou um voo inédito, na companhia de dois amigos. Eles partiram de uma plataforma recém-inaugurada no município de Cachoeira Paulista, no interior, com o objetivo de pousar em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Porém, o tempo fez com que os planos mudassem.
"Partimos eu, o Douglas Tavares e o Josimar Julio, em direção a Angra. Mas as condições de voo nos surpreenderam no meio do caminho. Quando estávamos chegando à cidade de Cunha, perdemos altitude. O Douglas, que estava mais abaixo, decidiu voltar. Eu e o Josimar nos arriscamos e conseguimos apanhar uma térmica (corrente de ar quente) e subimos novamente, mudando a rota para Ubatuba".
Geraldo conta que, nesse momento, seu paraglider conseguiu atingir uma altitude de 3.200 metros. Apesar do frio congelante, ele garante que voar acima das nuvens transmite uma sensação de paz indescritível: "um contato direto com Deus".
O veterinário conseguiu gravar em vídeo parte da viagem, que durou 3 horas e 4 minutos, com o celular. Ao passarem por Cunha, conseguiam avistar, a distância, a paisagem marinha do litoral paulista se revelando. "Dava para ver a Ilha Anchieta, Ilhabela. A paisagem é de tirar o fôlego vista lá de cima".
A dupla comemorou ao pousar na praia. "Qualquer descuido num voo de longa distância pode colocar a gente em risco. Uma vez tive que fazer uma curva forçada perto de um morro e acabei colidindo, fraturei seriamente o braço e tive que esperar por mais de três horas pelos amigos que fazem o resgate dos pilotos".
Modalidade Cross Country
Geraldo divide o tempo entre o trabalho, em que cuida de quatro empresas, entre elas uma clínica de veterinária e uma butique de carnes selecionadas, e os voos. Em 2020, venceu em primeiro lugar o Campeonato Mineiro de Parapente, na categoria cross country (voos de longa distância), na qual vem se destacando.
Na bagagem, lembrança de aventuras como quando chegou a atravessar 162 km em linha reta, num trajeto entre as cidades de Cambuquira (MG) e São José dos Campos (SP). Foi o voo mais longo que realizou até agora, com 5 horas e 30 minutos de duração.
Mas o veterinário-voador quer ir além, unindo as duas experiências marcantes: sair de Cambuquira até as praias de Ubatuba, um percurso de 200 km de distância. "Quando você está voando, não se preocupa com a vida acontecendo lá embaixo. Você se deixa envolver pela magia do momento. E é isso o que eu quero para a minha vida".
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