Veneza tem guardas armados para patrulhar excesso de turistas na pandemia
A cidade de Veneza, na Itália, contratou guardas armados para patrulhar pontos-chave da cidade, incluindo paradas de seus ônibus aquáticos, para impedir aglomerações e tumultos durante os passeios, segundo a "CNN" americana.
De acordo com o sistema de monitoramento da cidade, até 80 mil turistas têm chegado à cidade diariamente. O jornal local "Il Gazzettino" relatou que o número de visitantes já supera o de moradores na cidade em mais de 50% e o fluxo intenso de pessoas têm causado situações de violência nas ruas, mesmo durante passeios.
"Alguns trabalhadores foram fisicamente atacados. Houve cusparadas, insultos e até troca de socos. A ideia de que em 2021 você precise de guardas armados é horrível. Não é uma imagem bonita da cidade, que precisemos de guardas armados para proteger nossos trabalhadores", disse Danilo Scattolin, representante legal do sindicato dos trabalhadores de barcos em Veneza à "CNN".
Ele explica que as tensões crescem à medida que as filas para embarque aumentam. Especialmente para destinos muito procurados, como Murano, elas chegam a ter centenas de pessoas à espera durante os horários de pico. E no momento do desembarque nos canais da cidade também se formam multidões que os trabalhadores não conseguem controlar.
Segundo a CNN, os guardas não são obrigados a carregar arma, mas muitos têm porte e preferem estar armados em meio à confusão. E, apesar de ruas e barcos cheios não serem novidade para a cidade, a situação se tornou ainda mais preocupante devido à pandemia.
De acordo com a legislação italiana, Veneza agora é parte da "zona branca", ou seja, veículos de transporte público podem circular com até 80% de sua capacidade. Em junho, quando a cidade ainda estava na "zona amarela", o nível era de 50%. No entanto, de acordo com a rede americana, barcos têm circulado completamente lotados, sem nenhuma medida de distanciamento social, o que preocupa parte dos trabalhadores, já que máscaras não são mais obrigatórias ao ar livre no país.
A Itália, que passava por um momento de recuo do vírus no início de julho com média móvel em torno de 700 novos casos diários, tem atingido cerca de 6.200 novos casos diários esta semana, de acordo com dados da Johns Hopkins University.
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