Após morte de passageira, cruzeiro não aceitará não vacinados sem atestado
Após a morte de uma passageira diagnosticada com covid-19 em meio a um surto da doença em um de seus cruzeiros no Caribe este mês, a companhia Carnival Cruise Line não aceitará mais o embarque de não vacinados sem a apresentação de um atestado médico que justifique por que o viajante não pode ser imunizado.
Em anúncio feito através de seu site no domingo (22), a empresa alerta que todas as embarcações que deixarem portos a partir de 28 de agosto deverão ter todos os passageiros acima de 12 anos vacinados. Aqueles que não puderam ser vacinados devem apresentar a carta ou atestado de seu médico declarando quais doenças os impedem de receber a imunização com segurança.
Já se o viajante for menor de 12 anos, é necessário apresentar a certidão de nascimento ou passaporte da criança. Em ambos os casos, os documentos devem estar acompanhados, no momento do embarque, da carta de aprovação de isenção de vacinação emitida pela Carnival Cruise Line, que deve ser pedida com antecedência através dos canais digitais da companhia, e de um teste negativo para a covid-19 colhido entre 24 e 72 horas antes da partida.
Turistas não vacinados que já compraram sua passagem, mas não receberam a carta de aprovação da empresa podem remarcar a viagem para possibilitar a regularização do embarque ou até cancelar as férias com direito a reembolso total do dinheiro investido. Todos os passageiros, vacinados e não vacinados, serão testados novamente no momento do embarque.
Por que a mudança?
Uma passageira do navio Carnival Vista, que partiu dos EUA no fim de julho e fazia um cruzeiro pelo Caribe quando foi identificado um surto de covid-19 a bordo no início de agosto, morreu de complicações da doença em 14 de agosto, segundo o jornal "The New York Times".
Marilyn Tackett, de 77 anos, era de Oklahoma, foi a única turista a testar positivo para o SARS-CoV-2 dentro da embarcação — os outros 26 infectados eram tripulantes, segundo as autoridades de turismo do governo de Belize, onde o navio estava atracado quando o surto foi identificado.
Ao apresentar agravamento dos sintomas, ela foi internada em um hospital em Belize. Dias depois, segundo comunicado da família em uma página de crowdfunding que tinha como objetivo pagar pelo seu tratamento, ela foi transferida para Tulsa, em seu estado natal, onde continuou a receber tratamento médico. No dia 14, no entanto, Marilyn não resistiu e morreu devido a complicações da covid-19.
A companhia Carnival Cruise Line afirmou ao jornal que é bastante improvável que Marilyn Tackett tenha sido contaminada dentro da embarcação, que deixou o porto de Galveston, no Texas, em 31 de julho. A empresa não testava passageiros vacinados antes do embarque na ocasião, no entanto.
O surto a bordo do Carnival Vista foi o maior registrado por autoridades americanas, de acordo com o "The New York Times", desde a liberação dos cruzeiros entre os EUA e a região do Caribe em junho. O navio atracou em Belize com 2.895 passageiros e 1.441 tripulantes no dia 11.
O Ministério do Turismo do país informou que todos os 27 diagnosticados com o vírus foram isolados e a maioria continuava assintomática. Além disso, todos os tripulantes infectados já haviam sido imunizados. Dentre os turistas a bordo, 96,5% estavam vacinados; já os funcionários foram 99,98% vacinados.
No entanto, a variante delta, que é altamente transmissível mesmo entre aqueles imunizados, preocupa as autoridades sanitárias americanas. No dia 20, o CDC (Centers for Disease Control and Prevention, órgão de controle de doenças infectocontagiosas no país) aumentou o alerta para viagens de navio — que agora são classificadas como de alto risco.
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